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A história da mulher que virou policial e prendeu o homem que a violentava quando criança

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Se você gosta de drama com final feliz, caro amigo, você clicou na matéria certa. Vamos contar para vocês a história de uma garota de 9 anos que amava andar de bicicleta e passar a tarde na rua com os amigos. O outro personagem dessa história é um homem fotógrafo de 39 anos que se diz apaixonado pela natureza e parece ser muito amigável.

O primeiro encontro desses dois personagens de uma história real aconteceu no verão de 2002. Durante dois anos e meio, a garotinha foi estuprada pelo tal fotógrafo, que até então era amigo de seus pais. O reencontro desses dois personagens aconteceu 14 anos depois, e a gente conta exatamente como foi.

O começo de tudo

Tudo começou quando o pai de Tábata conheceu o fotógrafo. Rapidamente os dois se tornaram grandes amigos e passaram a integrar suas famílias. Eles saíam e acampavam juntos. Tábata contou o seguinte em entrevista a BBC: “Logo, ele (o fotógrafo) começou a me molestar. Ele se aproximava e ficava passando a mão em mim. Eu não entendia. Aquilo me incomodava, mas eu não via o caráter criminoso naquilo que ele estava fazendo. Não falei nada para a minha família, até hoje não sei dizer o porquê“.

Tábata afirma que o agressor se aproveitava do isolamento no meio das árvores e durante os mergulhos para se aproximar e cometer os abusos. “Certa vez, ele abusou de mim quando ele precisava buscar água (para o acampamento) e me fizeram ir com ele para ajudar a carregar os galões. No caminho, ele se aproveitou para ficar passando a mão em mim, mas eu consegui escapar e correr na frente. Meus pais nem perguntaram por que cheguei antes dele. Nem passava pela cabeça dos meus pais que ele pudesse abusar de mim porque confiavam muito nele“, contou Tábata.

Esses abusos fora frequentes durante dois anos, até o dia em que Tábata passou a ter maior consciência do crime, já com seus 11 anos de idade. Nessa idade, ela começou a gritar, xingar e resistir aos abusos. Até que ela resolveu contar tudo para sua mãe. O problema é que a mãe de Tábata foi diagnosticada com transtorno bipolar e seu estado de saúde a desencorajou a revelar os estupros.

Nessa mesma época, o pai da garota teve um relacionamento extraconjugal com a mulher do fotógrafo. O caso foi descoberto e acabou colocando um ponto final na amizade entre os casais e na rotina de abusos.

Outras vítimas

Depois de alguns anos, Tábata resolveu contar sobre as agressões para suas amigas de colégio na adolescência. No ano de 2008, já com 16 anos, uma das amigas que Tábata tinha contato o caso contou a história para a mãe. Por pura coincidência, essa mãe conhecia o fotógrafo e chamou Tábata para conversar.

Ela me disse que tinha ouvido falar que esse fotógrafo também tinha abusado de outras meninas. Aquilo me deu muita revolta. Eu achei que ele tinha feito aquilo só comigo, mas logo pensei que aquele cara estava acabando com a vida de outras pessoas, outras meninas“, conta Tábata.

Depois de arrumar outros depoimentos incriminando o fotógrafo, finalmente a Promotoria entendeu que o fotógrafo tinha um histórico de abusos e o denunciou por pedofilia.

O reencontro do abusador e da vítima

O fotógrafo foi julgado por estupro e condenado a 7 anos e 6 meses de prisão em regime fechado. É claro que o depoimento da segunda vítima foi fundamental para conseguir acusar o cara. O criminoso entrou com recurso e respondeu ao processo em liberdade. Depois de um ano e meio, houve a confirmação da sentença em segunda instância.

Nisso, já com 24 anos de idade, Tábata concluía seu curso da Academia da Polícia Civil de Santa Catarina. Foi então que a polícia recebeu a ordem de cumprir o mandado de prisão contra o fotógrafo e Tábata estava junto.

No dia 22 de dezembro de 2016, pedi apoio, fomos em oito ou dez policiais até que o localizamos e executamos o mandado. Ele estava escondido numa chácara isolada, na beira de um rio. Naquele dia, meu colega fez a revista e a prisão. Mas eu fiz questão de bater a porta da cela, como se fosse para encerrar esse ciclo.”

Solto em menos de um ano

E menos de um ano depois, no dia 17 de dezembro do ano passado, o estuprador estava na rua novamente. Ele teve sua pena reduzida por ter trabalhado na horta e na cozinha do presídio. Tábata deixou claro sua insatisfação em saber que o homem que abusou dela durante dois anos e meio esteja solto.

Tábata disse que “foi uma pena muito curta. Ele precisava ficar preso só um sexto da pena. Mas ele trabalhou e, no fim, ficou só um ano. A nossa execução penal tem muitos privilégios e a pessoa acaba ficando pouco tempo pagando pelo seu crime.

Uma história triste e que serve de exemplo para mostrar como as leis do Brasil nem sempre favorecem os inocentes!

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