História

A história da primeira deputada negra do Brasil que era filha de uma ex-escrava

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Ainda vivemos em um mundo onde o preconceito racial, cultural, de gênero e diversos outros tipos existem e predominam em alguns lugares. A média salarial das mulheres aqui no Brasil é mais baixa que a dos homens, mesmo para ocupar mesmas funções. Aqui, mesmo sendo um país miscigenado, o preconceito racial também é predominante. Vivemos tempos de muita luta para que todos desfrutem de um mundo com as mesmas condições sociais. Para que algo possa acontecer, precisamos primeiro de uma pessoa que tome frente e faça, assim inspirando os demais ou, melhor ainda, as demais. Antonieta é um grande nome nesse ramo, sendo a primeira deputada negra do Brasil

Antonieta de Barros é um nome que todos deveriam conhecer. A mulher é um exemplo de luta por igualdade de gênero, racial, pela educação igualitária e liberdade de expressão. Conheça a história da primeira deputada negra do Brasil. A redação da Fatos Desconhecidos trouxe um pouco mais sobre a história dessa mulher e quais caminhos ela traçou para conseguir isso há mais de 50 anos.

História

Nascida no dia 11 de junho de 1901, Antonieta Barros veio para fazer parte de um novo século. Neste, as desigualdades de oportunidades e de direitos teriam que ser vistas com novos olhos e transformadas a qualquer custo. Ela teria que enfrentar diversas barreiras: mulher, negra, jornalista, fundadora e diretora do jornal A Semana, atuando nesse lugar entre 1922 e 1927. Antonieta teve que lutar por seu lugar e sua fala em um contexto nada afeito às oposições e à força da mulher. Ela tinha uma coragem que viria a lhe catapultar à condições inéditas. Antonieta tornou-se a primeira mulher deputada do estado de Santa Catarina e a primeira deputada estadual negra do Brasil.

Antonieta nasceu apenas 13 anos após o fim da escravidão neste país. Antonieta conseguiu o cargo de deputada em 1935, tornando-se um marco no Brasil. Ela conquistou seu cargo nas urnas, de forma honesta e batalhada. Ela nasceu em Florianópolis e teve uma infância bastante difícil, o que dá um crédito maior à sua luta. Após ser libertada da escravidão, sua mãe teve que trabalhar como lavadeira. A fim de obter uma renda melhor, transformou sua casa em uma pensão para estudantes. Seu pai era jardineiro e morreu quando ela ainda era uma criança.

Foi a partir da convivência com os estudantes da pensão que Antonieta foi alfabetizada. Aos 17 anos, ingressou na Escola normal Catarinense, concluindo o curso em 1921. No ano seguinte, fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, que era voltado para a educação da população mais carente. Ela atuou como jornalista e foi fundadora do periódico A Semana, que esteve em circulação entre 1922 e 1927. Por meio das crônicas, divulgava ideias ligadas às questões da educação, dos desmandos políticos e da condição feminina e do preconceito.

No ano de 1934, na primeira vez que as mulheres no Brasil puderam votar e se candidatar, ela filiou-se ao Partido Liberal Catarinense. Assim foi eleita deputada estadual. Uma das primeiras bandeiras do seu mandato foi a concessão de bolsas de estudo para os alunos carentes. Antonieta exerceu o mandato até 1937, quando começou o período ditatorial de Getúlio Vargas. Ainda em 1937, sob o pseudônimo Maria da Ilha, ela escreveu o livro Farrapos ideais. Em 1947, após o fim da ditadura Vargas, se elegeu deputada novamente, dessa vez pelo Partido Social Democrático, onde cumpriu seu papel até 1951. Ela nunca deixou de exercer o magistério. Antonieta dirigiu a escola que levava seu nome até morrer, em 1952.

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