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A história do tatuador que sobreviveu a Auschwitz e ainda encontrou seu grande amor

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Você pode ser um daqueles ceticistas sobre a força do amor nas nossas relações sociais, ainda mais se passou por uma situação traumática ou abusiva. Entretanto, me comprometo, a partir de agora, a lhe dar alguns sopros de esperança. Pense bem: o mundo é complexamente lindo, se formos pensar nas inúmeras pessoas que existem por aí. Mesmo em contextos caóticos, ainda é possível bater no peito e dizer: eu vivi o amor e não me arrependo da caminhada a dois. A história que estou prestes a te contar está diretamente relacionada ao sentimento em tempos obscuros. Ou melhor, amor em tempos de cólera. Somente em 2003, aos 87 anos de idade, que Lale Sokolov teve a coragem de contar ao mundo a grande jornada de amor vivenciada com Gita Fuhrmannova. A história do tatuador que sobreviveu a Auschwitz e ainda encontrou seu grande amor é mais do que tocante: é real. E isso já deveria ser o suficiente.

Não existe nada mais emocionante do que as narrativas que realmente aconteceram, pois só elas podem nos inspirar a seguir adiante – apesar dos pesares. Lale Sokolov sabia que, uma hora ou outra, ele precisaria compartilhar tudo o que viveu. O medo de eventuais perseguições políticas deixaram-no em silêncio desde que a voz precisou ser irrompida pelos ares. No fundo, bem no fundo, ele sabia que a sua doce história poderia servir como um fôlego a mais para as pessoas.

Bem, posso dizer que ele estava certo: o amor brotou entre uma prisioneira e um tatuador que prestava serviço para os nazistas. Repense 10 vezes antes de achar que tudo está perdido. Porque, para eles, era apenas o começo. Conheça a história do tatuador que sobreviveu a Auschwitz e ainda encontrou seu grande amor.

A vontade fazer a diferença em meio ao caos

O nosso grande herói eslovaco nasceu sob a alcunha de Ludwig Eisenberg, sendo comumente chamado de Lale Sokolov. Quando completou os seus 26 anos, em 1942, acabou se tornando prisioneiro de Auschwitz, o temido campo de concentração nazista. Sem informações prévias ou qualquer coisa do tipo, ele se colocou diante de um objetivo principal: sobreviver.

Só depois de algum tempo que chegou à conclusão sobre os horrores que os nazistas estavam fazendo. Surpresa tardia é a surpresa que nos tira o chão, mas não havia tempo para lamentar. Lale rapidamente percebeu que poderia servir como ajuda aos outros prisioneiros se continuasse vivo. Por isso, decidiu cooperar com os inimigos para, aos poucos, obter a confiança necessária.

Usou várias táticas possíveis a fim de provar a sua utilidade: se mostrou um homem educado e multilíngue para todos os nazistas. Em toda a chance que tinha, realizava determinado trabalho sem nem ser solicitado.

Pouco tempo depois, Lale foi nomeado como tatuador do campo de concentração, no sentido de alcunhar números de série na pele dos prisioneiros recém-chegados. Graças à conexão entre nazistas durante os serviços, acabou garantindo “rações” alimentares extras e medicamentos para os prisioneiros.

Centenas de milhares de números foram tatuados em várias recém-prisioneiros. No fim das contas, o serviço se tornou mecânico e parte de sua rotina. Nada o surpreendia mais. Quer dizer, ao menos ele achava que nada traria mais surpresas para o seu coração.

34902

Em meio ao caos, o inexplicável aconteceu. É difícil explicar, porque quando acontece… acontece. Não há palavras no mundo que possam fazer jus ao sentimento acalentador entre a conexão de duas almas. Lale soube disso no instante em que Gita apareceu.

A jovem acabara de chegar no campo de concentração e precisava passar pelo processo de tatuagem. Até porque, quando os judeus chegavam em Auschwitz, os nomes ficavam no lado de fora. A partir da porta para a frente, eram apenas números.

E que número lindo, não é? Mal ele sabia que estava diante de 5 dígitos que salvariam a sua vida. “Eu tatuei um número no seu braço. Ela tatuou o seu nome no meu coração”, Lale relata para a escritora de The Tattooist of Auschwitz, livro em que conta a grande história de amor.

O tatuador disse à escritora Morris que, quando empunhou a agulha no braço da mulher e desenhou a numeração 34902, sentiu uma conexão imediata. Ambos se entreolharam durante o processo e era perceptível a reciprocidade do sentimento. A “34902”, mais conhecida como Gita, levou-o em seu coração também.

Os olhos brilhantes de Gita impressionaram-no e, dali em diante, ele não foi o mesmo. Através do oficial que o acompanhava, Baretski, Lale garantiu medicamentos extras quando a jovem adoeceu seriamente. Por vezes, o casal encontrava-se junto ao pavilhão de Birkenau, subcampo de Auschwitz, onde Gita dormia.

Fim?

Em 1945, um pânico repentinamente irrompeu no campo de concentração: as tropas soviéticas aproximavam-se dos nazistas. Com pressa, estes começaram a retirar os prisioneiros da região, incluindo Gita.

Mesmo com a correria e o medo de pisoteamento, ela conseguiu gritar seu sobrenome para que Lale pudesse encontrá-la após a confusão. 34902 era, na verdade, Gita Fuhrmannova.

Chegando em casa, após o fim do período caótico, Lale começou a procurar por sua amada. Não sabendo de onde ela veio, decidiu se encaminhar para a estação de trem Bratislava, por onde passaram muitos prisioneiros. Lale esperou durante duas semanas na busca de um milagroso e improvável encontro.

O milagroso encontro de almas

E o milagre aconteceu – novamente. Os dois se encontraram na estação de trem, apesar de não terem como entrar em contato um com o outro. Lale a propôs em casamento no mesmo instante (e na mesma rua). Desde então, não se separaram. O casal viveu em um casamento feliz ao longo de lindos 58 anos.

Em 2003, quando Gita faleceu, Lale enfrentou o medo de ser condenado por ajudar nazistas e convidou a escritora Heather Morris para escrever a história. Lale faleceu em 2006 e o livro foi publicado no início do ano passado.

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