História

A história dos neonazistas que atacaram judeus aqui no Brasil

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Você sabe o que é o neonazismo? Para quem não conhece, o neonazismo “está associado ao resgate do nazismo, ideologia política propagada por Adolf Hitler, a partir do começo da década de 1920. O movimento neonazista tem suas origens assentadas na intolerância e em preceitos racialistas, primando sempre pela “raça pura ariana” ou pela “superioridade da raça branca”.”

Ah, mas no mundo em que vivemos hoje isso com certeza não deve existir, certo? E é aí que você se engana, caro leitor. Na verdade tivemos um caso de neonazistas atacando judeus aqui mesmo no Brasil, exatamente no ano de 2005. Como foi essa história? A Fatos Desconhecidos conta para vocês.

O ataque dos “Carecas do Brasil” a três judeus em 2005

Vocês devem estar se perguntando por que estamos relembrando esse caso, certo? Resolvemos reviver essa história pelo fato de três pessoas acusadas de atacar o grupo de judeus terem sido julgadas nessa última terça-feira (18). A violência aconteceu ainda em 2005, ou seja, a justiça demorou 13 anos para julgar o caso. A denúncia é por tentativa de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe (discriminação racial).

No caso, os acusados são Thiago Araújo da Silva, Fábio Roberto Sturm e Laureano Vieira Toscani. O Ministério Público afirmou que os denunciados fazem parte de um grupo de skinheads que prega contra grupos étnicos e sociais como, judeus, negros, homossexuais e punks.

No dia das agressões, as vítimas foram identificadas como judeus pelos agressores porque usavam quipás, aquele chapéu judaico. Ao sair de um bar, os agressores atacaram os três judeus com facas e canivetes. Um deles esteve perto de morrer e até hoje carrega as cicatrizes das facadas.

O homem também lembra que os outros dois jovens foram atacados por mais de 15 pessoas em uma ação muito rápida. Ele contou o seguinte: “Do nada a gente foi agredido. Tomei duas facadas e estou aqui vivo hoje para contar como aconteceu. Graças a Deus, por milagre. Eu ia tomar facada pelas costas, mas eu tomei na barriga porque, por algum motivo, na hora eu me virei. Por milagre não pegou nenhum órgão”.

O crime aconteceu na calçada de uma lanchonete na Cidade Baixa, bairro movimentado e tradicional de Porto Alegre. Cerca de nove pessoas foram acusadas formalmente pelo crime. “Não foi uma briga de bar, uma briga de rua. O motivo foi exatamente a discriminação, o racismo. Pela forma como eles atuaram, pela quantidade de membros, fortes, soqueiras, com arma branca, e utilizaram dessa. Pelo número deles, pela violência, com certeza eles foram para matar”, declarou Marcelo Lemos Dornelles, subprocurador de Justiça.

“Carecas do Brasil”

O grupo de skinheads, segundo o Ministério Público, se chama “Carecas do Brasil” e propaga ideias discriminatórias na internet. Entre os conteúdos estão ideias antissemitas e nazistas, além de pregar a supremacia da raça ariana. Se forem condenados os três neonazistas podem pegar até 30 anos de prisão.

Laureano, um dos agressores, foi preso em 2009 por outra tentativa de homicídio motivada por racismo. Nesse caso, o grupo esfaqueou um segurança. Os outros seis acusados pelo ataque ainda não têm data para serem julgados, mostrando mais uma vez como a justiça brasileira é falha.

Os neonazistas usam a internet para propagar mensagens preconceituosas e recrutar novos membros. Só para vocês terem uma ideia, desde 2005 foram feitas mais de 250 mil denúncias de conteúdos neonazistas na internet aqui no Brasil.

Infelizmente, mesmo que a história conte sobre o que os nazistas fizeram na Alemanha, ainda podemos ver resquícios do nazismo em várias partes do mundo. Só nos resta esperar e torcer para que a justiça puna devidamente os agressores.

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