A inteligência digital e a arte gerada por IA, que são, muitas vezes, indistinguíveis de fotografias reais, ainda choca as pessoas, mas agora, criou-se um debate profundo.
Isso porque uma imagem gerada por uma IA venceu um concurso de fotografia, gerando discussões entre os especialistas da área.
A imagem em questão é uma representação digital de uma paisagem, criada pelo programa DALL-E, da OpenAI.
A imagem foi a vencedora do concurso pela revista digital Fast Company. Isso promoveu a competição para ilustrar a capacidade da IA em produzir arte de qualidade.
No entanto, a vitória da imagem gerada por IA levantou uma série de questões sobre o que é arte e o papel da tecnologia nesse processo.
Alguns especialistas acreditam que a tecnologia está se tornando cada vez mais capaz de produzir arte verdadeira. Outros questionam se uma imagem gerada por IA pode realmente ser comparada a uma fotografia real.
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O fotógrafo Boris Eldagsen afirmou ter se inscrito ousadamente em um concurso de fotografia para descobrir se as competições estão preparadas para a entrada de imagens geradas por IA. Ele concluiu que elas não estão.
Ele acredita que é necessário uma discussão aberta sobre o que é considerado fotografia e o que não é, questionando se o guarda-chuva da fotografia é grande o suficiente para acomodar imagens geradas por IA.
Por fim, Eldagsen recusou o prêmio em um esforço para acelerar esse debate.
A World Photography Organization, em resposta, alegou que não é capaz de se engajar em um diálogo significativo com ele, devido às suas ações e declarações.
Se Boris tivesse aceitado o prêmio, teria recebido US$ 5 mil em dinheiro, equipamentos fotográficos, além de um livro e uma exposição com seu trabalho.
A afirmação do fotógrafo suscitou dúvidas sobre a capacidade de detectar se uma foto é gerada por inteligência artificial, já que a tecnologia continua a evoluir rapidamente.
Além disso, há também questões éticas envolvidas no uso de IA para produzir arte, como por exemplo, os direitos autorais.
Quem é o verdadeiro autor de uma imagem gerada por IA? É o programa que a criou, ou o artista que a programou? Essa questão tem implicações significativas para os direitos autorais e a propriedade intelectual.
Ainda, a arte criada por meio de IA é realmente original? Afinal, a IA recebe dados e algoritmos, o que pode limitar sua capacidade de criar algo verdadeiramente novo e único.
Alguns argumentam que a IA não pode produzir arte verdadeiramente original, pois sua criatividade tem limites por conta da programação.
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Também não podemos garantir que a IA não esteja produzindo arte que possa ser ofensiva ou prejudicial. Há preocupações crescentes sobre o uso da IA para gerar imagens que possam ser racistas, sexistas ou discriminatórias em outras formas.
Além disso, outro ponto debatido é que a arte gerada por IA é frequentemente baseada em conjuntos de dados que podem ser tendenciosos ou limitados em sua compreensão do mundo.
Isso pode levar a interpretações equivocadas ou distorcidas da realidade, que podem ter implicações significativas para a forma como entendemos o mundo e a sociedade.
Finalmente, surge o debate sobre como a imagem gerada por IA pode ter fácil reprodução em grande escala. Isso pode levar a uma saturação do mercado e a uma desvalorização do trabalho dos artistas humanos.
Alguns argumentam que a IA pode ser usada para substituir os artistas humanos em alguns aspectos, o que poderia ter implicações significativas para a economia da arte.
Por isso, essa questão, mais do nunca, torna-se um debate importante, e vale a pena ficar atento para os desdobramentos.
Fonte: CanalTech