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Isso é o que 15 minutos de meditação por dia podem fazer com o cérebro humano

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As pessoas sempre falam sobre os poderes que a meditação pode trazer para as pessoas que fazem uso da prática. A meditação é basicamente a técnica de se concentrar, de direcionar o foco através da mobilização da vontade para um determinado estado consciencial, no qual é acessível ao entendimento sobre si mesmo.

Embora seu exercício seja ligado diretamente à prática das religiões do Oriente, ela também pode ser exercida como um recurso psíquico para se atingir o crescimento interior.

Algumas pessoas começam a praticar meditação por acidente. Como foi o caso da neurocientista Sara Lazar, da Mass General e da Harvard Medical School. Ela treinava para a Maratona de Boston e para diminuir suas lesões. Foi então que seu fisioterapeuta disse para ela se alongar e assim, Sara começou a praticar yoga.

“O professor de yoga fez todo tipo de afirmação de que o yoga aumentaria sua compaixão e abriria seu coração”, disse Sara.

“E eu pensava: ‘Sim, sim, sim, estou aqui para me alongar.’ Mas comecei a perceber que estava mais calma. Era mais capaz de lidar com situações mais difíceis. Era mais compassiva e de coração aberto, e capaz de ver as coisas do ponto de vista dos outros”, continuou.

Meditação

Com o passar do tempo, Sara foi procurar uma literatura científica, sobre meditação da atenção plena, que é uma categoria na qual o yoga pode se encaixar. Então, ela encontrou crescentes evidências que mostram que a meditação diminui o estresse, a depressão e a ansiedade. Além também de reduzir a dor e a insônia. Do mesmo modo, que pode também aumentar a qualidade de vida.

Por isso, ela começou a fazer a sua própria pesquisa em neurociência. No primeiro estudo, ela analisou meditadores de longo prazo, que são as pessoas que tinham entre sete e nove anos de experiência, em oposição a um grupo de controle.

Os resultados mostraram que aqueles que meditavam há mais tempo aumentaram a massa cinzenta, em várias regiões do cérebro. Como por exemplo, o córtex auditivo e sensorial. Além da ínsula e regiões sensoriais.

Isso acontece porque a meditação da atenção plena faz com que as pessoas diminuam a velocidade e tomem consciência do momento presente. Bem como das sensações físicas, como respiração e sons ao redor.

Os neurocientistas também descobriram que os meditadores tinham mais massa cinzenta, em outra região do cérebro. A região é ligada à tomada de decisões e à memória de trabalho, o córtex frontal.

O natural é que o córtex encolha conforme a pessoa envelheça. Mas os meditadores, de mais de 50 anos, tinham a mesma quantidade de massa cinzenta, que aqueles com metade da sua idade.

Descoberta

Para ter certeza dessa descoberta e garantir que os meditadores não tinham mais massa cinzenta, desde o começo, Sara e sua equipe fizeram outro estudo. Eles colocaram pessoas, sem nenhuma experiência com meditação, em um programa de conscientização de oito semanas.

Com esse estudo, eles viram que, apenas oito semanas de meditação, foram capazes de mudar o cérebro das pessoas, para melhor. Várias regiões do cérebro tinham espessamento, inclusive o hipocampo esquerdo, que é envolvido no aprendizado, memória e regulação emocional. Também o TPJ, que é envolvido na empatia e capacidade de assumir múltiplas perspectivas. E uma parte do tronco cerebral chamada ponte, onde são gerados neurotransmissores reguladores.

O cérebro dos novos meditadores viu o encolhimento da amígdala. Ela é uma região do cérebro associada ao medo, ansiedade e agressão.

Para o estudo, os pacientes foram instruídos a meditar 40 minutos por dia, mas a média acabou sendo 27 minutos diariamente. E outros estudos sugeriram ainda que as mudanças podem ser vistas com apenas 15 ou 20 minutos de meditação por dia.

Sara diz que a prática é “altamente variável. Alguns dias 40 minutos. Alguns dias cinco minutos. Alguns dias, nada. É muito parecido com exercício. Exercitar-se três vezes por semana é ótimo. Mas se tudo o que você puder fazer é um pouco todos os dias, isso também é uma coisa boa”, reforça ela.

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