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Jiboia mais rara do mundo é encontrada no interior de São Paulo

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Considerada a espécie de jiboia mais rara do mundo, a ‘Jiboia do Ribeira’ (Corallus cropanii) foi encontrada viva em Sete Barras. O município está localizado na região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, Brasil.

De acordo com pesquisadores do Instituto Butantan, esse é o segundo exemplar visto região. O primeiro exemplar foi capturado, em 2017, por moradores locais.

A espécie foi vista pela primeira vez há mais de 60 anos. O exemplar foi encontrado em Miracatu, município que também está localizado no Vale do Ribeira. Desde primeiro registro da espécie, pesquisadores passaram a buscar por outros exemplares da mesma espécie.

Ambas as ‘Jiboias do Ribeira’ que foram encontradas na região foram capturadas. Os animais foram resgatados com o intuito de fomentar o projeto de educação e conservação ambiental vigente no local. O trabalho vem sendo realizado desde 2016 e conta com o apoio de moradores da área rural do Guapiruvu.

O encontro com a Jiboia

Paulo Vinicius Teixeira, Wilian Daniel Martins, Bernardo Alves dos Santos e Virgílio Gomes encontraram a jiboia se descolando em uma área próxima a Sete Barras. Após encontrarem a espécie, os locais entraram em contato com os guardas do Parque Estadual Intervales.

A ‘Jiboia do Ribeira’ foi capturada no fim de outubro. A descoberta, no entanto, só foi divulgada após os especialistas realizarem as primeiras análises. Segundo os pesquisadores que avaliaram a espécie, a jibóia é uma fêmea adulta e possui 1,35 metro de comprimento e 1,2 kg.

A área em que a jiboia foi encontrada abriga a tanto uma pequena comunidade, como o Parque Estadual Intervales. Além disso, toda a área está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra do Mar. A comunidade local atua ativamente no projeto de conservação da região.

“Ela está em um terrário e será mantida em cativeiro para exames e estudos. Posteriormente, será solta na natureza. A princípio, anexamos um aparelho de telemetria, que mostrará o trajeto do animal. O aparelho deve funcionar por cerca de quatro meses”, explica o biólogo Bruno Rocha, pesquisador do Butantan e coordenador do Projeto Jiboia do Ribeira.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a ‘Jiboia do Ribeira’ é a mais rara do mundo. Os primeiros registros que descreveram a espécie foram feitos em 1953, pelo herpetólogo Alphonse Richard Hoge, do Instituto Butantan.

De acordo com Rocha, a ‘Jiboia do Ribeira’ pertence à família dos Boídeos, que inclui serpentes grandes não venenosas. Basicamente, o segundo exemplar da espécie irá auxiliar os pesquisadores a fomentar a pesquisa que iniciou-se em 2017, quando o primeiro exemplar foi capturado.

Projeto e comunidade

Avistar um segundo exemplar da espécie mostra que o trabalho de conscientização sobre conservação tem surtido um efeito positivo na população.

“Eles trabalham com ciência cidadã. Afinal, eles são os protagonistas do projeto. Eventualmente, seguimos o protocolo de informar a população para não matar o animal. Com informações suficientes, eles sabem o que devem fazer encontram uma espécie como essa”, comenta.

O projeto “Ação Comunitária Mãos que protegem” auxilia a gestão do Parque Estadual de Intervales e permite o resgate de serpentes que são encontradas na comunidade. Embora sejam capturados de seus habitats, os animais, posteriormente, são soltos em áreas preservadas e seguras.

De acordo com Thiago Borges Conforti, gestor do Parque, “o encontro desses animais é algo positivo. Primeiro porque uma grande área do Parque segue sendo protegida. Segundo porque capacitamos a comunidade a lidar com as cobras de maneira mais adequada, mais correta”.

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