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Jovem de 24 anos distribui próteses feitas por impressora 3D em países pobres

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Os avanços da tecnologia mudaram vários aspectos do nosso dia a dia. E várias pessoas estão interessadas em usá-los para fazer a diferença na sociedade. Esse é o caso do engenheiro industrial Guillermo Martinez que sempre se interessou pela impressão 3D.

Em 2017, ele conseguiu comprar a sua própria impressora e, seguindo tutoriais do YouTube, ele construía robôs como um hobby. Todos os dias quando ele ia embora do trabalho, em uma loja de brinquedos em Madri, ele ia se divertir com sua impressora. E um desses dias, Martinez viu um tutorial, que mudaria a sua vida, de como fazer uma mão protética.

“Aprendi a construir robôs assistindo aos tutoriais do YouTube e na universidade, mas o ponto de virada foi quando comecei a construir peças para montar coisas maiores”, disse Martinez.
“Um dia encontrei o protótipo de uma prótese de uma mão na Internet e comecei a juntá-la de uma forma que me fez rir – com o polegar para cima, torcido, dando o dedo do meio”, conta. E depois desse tutorial foi que ele começou a criar robôs e construir mãos inteiras.

“Eu comecei a fazer muitas próteses de mão impressas em 3D por diversão. Então eu pensei comigo mesmo: ‘e se isso puder realmente ajudar alguém?’ Eu já havia preparado minha viagem para o Quênia e entrei em contato com a ONG Projeto Bamba , bem como com um dos orfanatos que operam no Quênia. Eu não achava que iria encontrar alguém”, explica.

Mas para a surpresa do engenheiro as próteses eram bastante procuradas. E logo depois do contato, ele já tinha uma seis mensagens pedindo as próteses. “Elas eram de todas as partes do Quênia, a horas de distância de um lugar para outro”, conta.

“Há coisas cotidianas que fazemos em nossa vida que tomamos como garantidas e não percebemos o quanto somos sortudos. Para outros, é uma luta constante, e é por isso que montei o Ayúdame3D para fazer o meu trabalho”, disse Martinez.

Limitações

O engenheiro queria fazer as próteses no Quênia, mas os recursos do país são limitados. Segundo o Banco Mundial, cerca de 36% dos quenianos vivem abaixo da linha da pobreza. “Eu sempre considerei fazer próteses no Quênia – ou em outro lugar onde eu me ofereci, mas quando eu fui lá, percebi que não era viável. Eu teria que passar muito mais tempo lá para treinar alguém em impressão 3D, e os materiais usados ​​para fazer as próteses não são fáceis de encontrar. Além de que, no Quênia, há quedas de energia o tempo todo”, explica.

Vantagens

As próteses feitas por Martinez podem fazer com que a pessoa consiga segurar objetos de até 10 quilos. E a vantagem é que elas custam US$ 50, cerca de 184 reais. Elas são feitas de plástico com fios de alta tensão e elásticos. Com essa combinação, quando as articulações naturais de uma pessoa giram, elas criam o movimento nos dedos da prótese.

Objetivos

“Eu fui lá, testei as próteses, e vi que as pessoas estavam se acostumando rapidamente depois de usá-las. Foi ótimo. Pensei em parar lá, mas adorei a sensação de poder ajudar os outros tanto que decidi para iniciar o Ayúdame3D. Eu abri um site onde as pessoas podiam fazer doações on-line. O site mostrava o que o projeto era capaz de realizar e como eu queria desenvolvê-lo. Então comecei a entrar em contato com pessoas que poderiam me ajudar, como ONGs, investidores e a mídia”, conta.

E com a ajuda da mídia, o trabalho de Martinez foi ganhando força. “Graças à mídia, mais e mais e-mails apareceram na minha caixa de entrada pedindo próteses 3D. Às vezes, não era nem para eles, mas para parentes ou amigos”, disse.

Martinez já entregou 50 próteses para vários países do mundo inteiro e seu objetivo é montar uma rede mundial, assim, as próteses poderão ser entregues mais rapidamente e ter um custo menor.

Trabalho

Além das próteses, Martinez tem o Ayúdame 3D Kids em que ele ensina sobre impressão 3D. “Nós contactamos escolas e fornecemos a cada sala de aula alguns manuais para ajudar a treiná-los em novas tecnologias. O primeiro nível envolve ensinar crianças a fazer chaveiros com seus nomes em formas fáceis. A ideia é que o nível de dificuldade aumente gradativamente. Estamos fazendo construções mais complexas, como próteses. Uma vez terminado, vamos dar uma palestra sobre como as mãos 3D serão colocadas em uso “, explicou.

“Todas essas coisas exigem algum tipo de financiamento, é claro, mas o objetivo final é desenvolver novas tecnologias para as crianças, além de parcerias com ONGs. Isso não é um esquema de ganhar dinheiro”, ressalta.

O projeto de Martinez ajudou tantas pessoas que ele até foi premiado no Fórum Mundial da Juventude.

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