O julgamento de Trump está previsto para começar, tendo início nesta segunda-feira, 15 de abril.
Com isso, Donald Trump será o primeiro ex-presidente na história dos Estados Unidos a enfrentar a justiça criminal de maneira pública, com júri, em Nova York.
O republicano foi convocado a comparecer às 9h30 no horário local (10h30 de Brasília) a uma audiência para responder a um processo relacionado ao pagamento de US$ 130 mil (equivalente a R$ 660 mil) à ex-atriz pornô Stormy Daniels.
A transferência teria tido o objetivo de comprar seu silêncio sobre um relacionamento extraconjugal e proteger a campanha eleitoral de 2016, quando derrotou a democrata Hillary Clinton.
No entanto, o ponto principal do julgamento de Trump não foi o pagamento em si, que não constitui crime propriamente dito.
O que está acontecendo é que o empresário, de 77 anos, teria disfarçado esse envio de dinheiro como despesas legais da Organização Trump. Isso sim pode resultar em uma pena de até quatro anos de prisão.
Além disso, Trump é acusado de 34 falsificações de documentos contábeis da Organização Trump para ocultar como “despesas legais” os pagamentos feitos a Stormy Daniels, que foram antecipados com dinheiro do então advogado e homem de confiança do ex-presidente, Michael Cohen.
Via Euromedia
Atualmente, Michael é um grande opositor do ex-presidente, e será uma das principais testemunhas da acusação.
O julgamento de Trump terá de esclarecer se o ex-presidente tinha conhecimento dos pagamentos pelos quais Michael Cohen recebeu condenação.
Quando o caso veio à tona, Trump, então presidente dos Estados Unidos, negou qualquer relação com a ex-atriz e afirmou não ter conhecimento sobre o dinheiro.
Posteriormente, ele admitiu estar ciente, mas argumentou que era uma medida para evitar uma tentativa de “extorsão”.
O ex-presidente se declarou inocente das acusações e classificou o julgamento como “politicamente motivado”.
Por outro lado, a acusação busca demonstrar que pessoas próximas a Trump tinham o costume de encobrir assuntos embaraçosos com dinheiro, citando outros dois pagamentos.
Os casos em questão seriam, primeiro, para comprar o silêncio de um concierge da Trump Tower, que alegou que o ex-presidente tinha um filho secreto. Enquanto isso, o outro seria para silenciar uma ex-modelo da Playboy que afirmou ter tido um caso com ele.
Os dois casos não são crimes, assim como o envio de dinheiro para a ex-atriz pornô. No entanto, o que se constitui são as fraudes financeiras em busca de evitar um escândalo.
Afinal, na época da sua presidência, Trump detinha uma imagem mais republicana, e precisava manter o decoro público. Esses casos, e outros que podem continuar escondidos, manchariam sua reputação, algo que está acontecendo agora, com o julgamento vindo à tona.
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Conforme informações públicas divulgadas nos portais midiáticos norte-americanos, o ex-presidente será julgado por um júri composto por 12 cidadãos selecionados entre centenas de residentes de Nova York.
Cada um terá que responder a um questionário detalhado sobre sua opinião a respeito de Trump e sua própria convicção de que pode julgar o caso com imparcialidade.
Esse procedimento é padrão e necessário para serem escolhidos pelo juiz, pela defesa e pela acusação, sem que tenham algum tipo de oposição política, de viés econômico ou moral, em relação à figura de Trump.
Após a seleção do júri, inicia-se a apresentação das provas. O tribunal de Nova York estima que o julgamento terá duração entre seis e oito semanas, com possibilidade de prorrogação.
No entanto, o que está atraindo a atenção dos cidadãos é que a sentença poderá sair logo antes das eleições de novembro de 2024. Embora não seja um impedimento para a candidatura de Trump, ela pode influenciar fortemente os resultados preliminares.
Essa será a segunda vez que Trump enfrenta o democrata Joe Biden em busca da presidência.
Fonte: Correio Braziliense
Imagens: Euromaiden Press, GetArchive