Nosso satélite natural iniciará sua turnê lunar pelos planetas do Sistema Solar em setembro com uma visita a Júpiter.
De acordo com o site In-The-Sky.org, esse encontro começará no início dessa semana, quando nosso satélite natural entrará em conjunção com o gigante gasoso.
Antes dessa conjunção, aproximadamente duas horas antes do pôr do sol ocorre o chamado “appulse”, um termo que descreve a separação mínima aparente entre dois corpos celestes no céu, conforme explicado pelo guia de astronomia Starwalk Space.
A diferença entre essas duas expressões está no fato de que, embora o termo “conjunção” seja comumente usado para descrever uma aproximação aparente entre dois astros, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que ambos os objetos compartilham a mesma ascensão reta, que é uma coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre.
Posição visível
Devido à posição dos astros abaixo da linha do horizonte, essa turnê lunar não será visível em muitos momentos.
Para um observador em São Paulo, por exemplo, a dupla só poderá ser vista a partir das 22h31, permanecendo visível até cerca de 9h40 da terça-feira (5).
No entanto, mesmo após saírem da conjunção, a Lua e Júpiter ainda estarão muito próximos um do outro ao longo da noite, embora não o suficiente para caberem dentro do campo de visão de um telescópio.
Eles serão facilmente observáveis a olho nu ou através de um par de binóculos.
Nesse momento, a Lua terá uma magnitude de -12.3, enquanto Júpiter terá uma magnitude de -2.7, ambos localizados na constelação de Áries.
Lembre-se de que quanto menor o valor da magnitude aparente de um objeto, mais brilhante ele aparece no céu. Por exemplo, o Sol, sendo o objeto mais brilhante do céu, tem uma magnitude aparente de -27.
Outro evento da turnê lunar
Outro evento significativo que ocorrerá com Júpiter nesta segunda-feira é a “inversão” de sua órbita.
Às 11h13 da manhã, o planeta interromperá seu movimento habitual em direção leste pelo céu noturno e iniciará uma trajetória em direção oeste.
Esse é um fenômeno popularmente conhecido como “movimento retrógrado”. Essa inversão de direção continuará até 30 de dezembro, de acordo com informações do site In-The-Sky.org.
Na astronomia, o termo mais apropriado para descrever esse fenômeno é “retrogradação”, pois durante esse período, Júpiter aparentemente forma um loop no céu, seguindo um caminho que se assemelha a um laço.
Um exemplo visual desse fenômeno é apresentado em uma série de imagens capturadas em 2018, com intervalos de aproximadamente 5 a 9 dias entre elas.
Essas imagens ilustram o movimento retrógrado de Marte, demonstrando o “laço” que os planetas formam durante esse movimento.
Ilusão
Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), explica que o movimento retrógrado dos planetas é uma ilusão causada pela órbita da Terra ao redor do Sol.
À medida que a Terra circula em torno do Sol, nossa perspectiva muda, o que resulta na aparente mudança das posições dos objetos celestes no céu.
Nesse caso, inclui-se o movimento de curto prazo dos planetas na direção leste através das constelações.
Uma animação ilustra esse fenômeno, com uma flecha representando a linha de visão da Terra para um planeta, e um diagrama à direita que mostra o aparente movimento do objeto através do céu de acordo com nossa perspectiva.
Zurita acrescenta que, devido à sua órbita mais interna e, consequentemente, mais rápida, a Terra ultrapassa Júpiter a cada 399 dias.
Quando isso ocorre, Júpiter parece temporariamente mover-se em sentido oposto no céu por alguns dias.
Isso é observado em relação a todos os planetas com órbitas mais afastadas da Terra. Quanto mais distante do Sol, mais tempo um planeta passa em movimento retrógrado.
Para amantes da astronomia, a turnê lunar é uma oportunidade de conferir alguns dos maiores astros no céu noturno ao mesmo tempo.
Fonte: Olhar Digital
Imagens: Olhar Digital, Olhar Digital
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