Ciência e Tecnologia

Lançamento espacial do foguete Alpha abriu buraco na ionosfera

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Na noite de 14 de setembro a Força Espacial dos Estados Unidos realizou o lançamento do foguete Alpha, e causou um evento peculiar.

O envio ocorreu às 23h28, no horário de Brasília, a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, sendo mantido em sigilo e não transmitido ao vivo.

O satélite, denominado Victus Nox (que significa “conquistar a noite” em latim), foi lançado ao espaço a bordo do foguete Alpha da Firefly Aerospace.

A missão tinha como objetivo monitorar o ambiente orbital e também serviu como uma demonstração tática de lançamento.

Durante o lançamento, o foguete provocou uma volumosa nuvem de exaustão, visível a uma distância de 1.600 quilômetros.

Via Olhar Digital

Posteriormente, após a dispersão da fumaça, uma luminosidade circular avermelhada permaneceu no céu.

Isso indicou a presença de um orifício na ionosfera, a região superior da atmosfera que se estende de 80 a 645 quilômetros da superfície terrestre e onde os gases são ionizados.

Este não foi o primeiro incidente desse tipo, já que em julho do mesmo ano, o Falcon 9 da SpaceX também causou uma mancha vermelha sobre o Arizona.

Esses eventos ocorrem quando um foguete queima o combustível de seu segundo estágio na região central da ionosfera, situada entre 200 e 300 quilômetros de altitude.

O dióxido de carbono e o vapor de água liberados durante esse processo interagem com átomos de oxigênio ionizados, resultando na formação de moléculas de oxigênio comuns.

Isso leva à excitação dessas moléculas, gerando a emissão de energia na forma de luz.

É importante ressaltar que esses buracos na atmosfera não representam ameaça à vida na Terra e se fecham rapidamente à medida que os gases são novamente ionizados.

Lançamento surpresa do foguete Alpha

O contrato entre a Força Espacial dos Estados Unidos, a Firefly Aerospace e a Millenium, responsável pela produção do satélite, foi formalizado em outubro de 2022.

Contudo, o satélite não era o foco central; a ênfase recaía sobre a preparação para a missão de lançamento.

O propósito da Força Espacial era demonstrar sua capacidade de disponibilizar recursos no espaço em um curto prazo e com pouca antecedência, em qualquer localidade necessária.

Nessa missão específica, a Firefly Aerospace e a Millenium tinham um prazo curto para executar o lançamento em uma órbita desconhecida. Por isso, tiveram uma preparação extremamente ágil.

Missão stand-by

Via Olhar Digital

Antes desse momento crucial, em 30 de agosto, as empresas privadas entraram em um período denominado “stand-by hot”, que durou seis meses. Durante esse período, poderiam emitir um alerta de lançamento a qualquer instante.

Quando esse alerta foi acionado, a Firefly Aerospace e a Millenium tiveram 60 horas para transportar o foguete Alpha até a Base de Vandenberg. Depois, abasteceram e prepararam o satélite no adaptador de carga útil.

A partir desse ponto, elas aguardaram a ordem de lançamento. Quando finalmente chegou, as empresas tinham 24 horas para fazer tudo.

Ou seja, atualizar o software de trajetória e orientação do foguete, encapsular, transportar para a plataforma de lançamento, acoplar o Victus Nox ao Alpha e concluir os preparativos para o lançamento.

No geral, a Firefly Aerospace e a Millenium levaram 27 horas para efetuar o lançamento após a ordem sair. Ainda, ocorreu um pequeno atraso por conta das condições climáticas adversas.

Quais as atmosferas que existem?

Embora o foguete Alpha tenha atingido a ionosfera, isso não representa perigo para a Terra, que possui várias camadas.

Atualmente, estamos na troposfera, a mais próxima da superfície terrestre, onde aconteceu a maior parte das atividades humanas. Em seguida, temos a estratosfera, que se estende com a camada de ozônio.

Na mesosfera é onde as temperaturas ficam decrescentes à medida que se sobe, chegando na termosfera, onde os satélites, como da Estação Espacial Internacional, orbitam.

Por fim, temos a exosfera, a camada mais externa onde ocorre a transição gradual para o espaço interplanetário onde temos a ionosfera, atingida pelo foguete Alpha.

Embora não seja a intenção, ela está tão longe da Terra, já que as missões para colocar satélites em órbita não trazem impactos significativos nas condições internas.

Além disso, temos várias missões tripuladas para fora, como acontece na Estação Espacial Internacional, que também ocorrem na termosfera e exosfera, sem nenhum impacto. Por isso, é possível ficar tranquilo com o incidente do foguete Alpha, pois tudo deu certo no final.

 

Fonte: Olhar Digital, UOL

Imagens: Olhar Digital, Olhar Digital

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