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Mãe de Eliza Samudio relembra filha e fala sobre o luto

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Em entrevista exclusiva, Sônia de Fátima, mãe de Eliza Samudio, falou sobre sua rotina, a mesma desde a morte brutal da filha. Ela foi assassinada pelo goleiro Bruno, seu ex-companheiro.

Com uma similaridade que as noites ganharam, o dia cheio termina. Desde a morte do marido, há 11 meses, Sônia de Fátima dorme sozinha. Ao deitar na cama, repete um ritual inconsciente que consiste em inclinar o corpo para o lado e abraçar as pernas com firmeza.

Desde 2010, ela assiste ao mesmo filme, que começa com a filhinha pequena e arretada correndo para lá e para cá, se desenrola com a adolescência de Eliza e termina com o nascimento de Bruninho, seu neto, que agora a ocupa nos dias.

Via Metrópoles

O filme passa pela violência que o menino sofreu desde a barriga da mãe, já que Bruno Fernandes, o genitor, teria tentado obrigar Eliza a abortar mais de uma vez.

Depois de nascido, Bruninho foi abandonado em uma casa, enquanto sua filha, Eliza, vivia o horror que terminou com seu desaparecimento.

É quando a mãe de Eliza Samudio consegue dormir, e sonha com a filha. No entanto, ao acordar, acaba voltando para a realidade. O luto continua por mais um dia, e não tem fim.

Segundo ela, deve continuar com sua vida até ter uma resolução satisfatória, mas não fica mais fácil. Além disso, falou sobre algumas dicas para lidar com isso. Tudo começa com o entendimento do que aconteceu, e ter um adeus digno.

Velório

Mãe de Eliza Samudio não teve a oportunidade de velar o corpo de sua filha e não sabe exatamente o que aconteceu com ela.

Os restos mortais de Eliza nunca foram encontrados, e nem Bruno nem seus cúmplices contaram à polícia os detalhes do crime que chocou o país há 13 anos, apesar de Bruno ter sido condenado a 22 anos e três meses de prisão.

Sônia desejava se despedir de sua filha e poder sepultá-la para poder chorar sua história e começar o processo de luto, mas não foi capaz de fazê-lo.

Em suas palavras, fica uma lacuna aberta. Além disso, o luto não passa nunca, não importa o que digam. Em outras circunstâncias, a mãe de Eliza Samudio afirma que já estaria em paz.

No entanto, afirma ter a impressão de que o tempo parou. Ela não vê os dias, apenas percebe pelo crescimento do neto. Contudo, tudo parece igual há 13 anos. Ela se deita e levanta pensando no assunto.

O legado de Eliza

A vida de Sônia gira em torno de seu neto, Bruninho, que atualmente tem 13 anos e é um menino consciente e seguro, cheio de sonhos, mas que às vezes tem crises de ansiedade sem motivo aparente.

Bruninho faz acompanhamento psicológico desde sempre, mas atualmente, suas prioridades são outras, ele quer se tornar um jogador profissional.

Porém, Sônia ainda se preocupa com seu bem-estar mental e emocional, e sempre aconselha Bruninho a falar com sua psicóloga quando está nervoso ou irritado. Ela espera que ele nunca precise de medicação e sabe que ele ainda carrega vestígios do que viveu no passado.

Falar da filha Eliza ainda é uma tarefa difícil para Sônia, que chora sempre que se lembra dela. Para ela, a Justiça falhou ao não encontrar os restos mortais de Eliza, e ela se sente impotente diante da situação.

A falta de um enterro digno para sua filha tira a paz de Sônia, e ela acredita que os assassinos estão vivendo suas vidas normalmente enquanto ela não pode tentar recomeçar a sua.

Ela acredita que se os criminosos tivessem empatia com ela e com Bruninho, e se contassem a verdade sobre o que fizeram e onde estão os restos mortais, ela poderia encontrar algum tipo de consolo e tentar seguir em frente.

Apesar de tudo, Sônia é uma avó dedicada e amorosa, que se esforça para dar ao neto uma vida feliz e saudável. Ela sabe que o passado não pode ser mudado, mas ainda espera que um dia ela possa encontrar alguma paz e justiça para a filha que perdeu de forma tão trágica.

Via Pleno

Condenado

Bruno Fernandes, ex-goleiro do Flamengo, foi condenado por não pagar a pensão alimentícia de seu filho, Bruninho.

Embora ele tenha pagado R$ 90 mil para evitar a prisão, Sônia, a mãe de Eliza Samudio, afirmou que Bruno já está há oito meses sem pagar novamente.

Apesar do menino saber da situação, a avó tenta protegê-lo do assunto e deseja que ele possa seguir em frente, apesar do que aconteceu.

De acordo com Sônia, Bruno também foi condenado a pagar uma indenização de R$ 650 milhões ao filho. Entretanto, o ex-goleiro contestou a paternidade e pediu um exame de DNA para comprovar a sua alegação.

Sônia tenta proteger o neto dessa desconfiança e teme que a negação da vida toda possa traumatizar a criança.

Apesar de considerar desistir em alguns dias, Sônia enxerga a força que toda a dor fez brotar. Ela vê o crescimento pessoal e a resiliência e entende que não tem o direito de fugir e deixar o caso cair no esquecimento.

Sônia encontra força ao lembrar da coragem de sua filha, Eliza, que lutou para sobreviver e proteger seu filho, Bruninho, antes de ser brutalmente assassinada. Essas lembranças a impedem de desistir.

Embora haja dias em que ela queira se esconder em um buraco e não ver ninguém, ela não pode se permitir fazê-lo. Ela tem que cuidar do neto, guiá-lo e ser a personificação do amor que Eliza sentia por ele.

Mãe de Eliza Samudio segue em frente

Via Agência Pública

Desde a morte de Eliza, Sônia tem lutado para seguir em frente, mesmo que haja momentos em que o sofrimento a engula.

Ainda assim, ela reconhece que não pode se permitir desistir, pois tem uma responsabilidade com seu neto. Ela se orgulha de sua filha, que lutou bravamente para proteger seu filho até o fim.

E é com essa mesma força que ela segue em frente, guiando e cuidando de Bruninho como se fosse seu filho próprio.

Sônia admite que às vezes deseja se isolar e não ver ninguém, mas sabe que não pode fugir de sua responsabilidade. Ela tem que ser forte para Bruninho, que sofreu muito desde a morte da sua mãe.

Também tem que orientá-lo e mostrar a ele quanto a mãe o amava e lutou por ele. Apesar do sofrimento, a mãe de Eliza Samudio encontra forças para seguir em frente, apoiando e amando Bruninho como sua mãe faria se estivesse viva.

 

Fonte: UOL

Imagens: Pleno News, Metrópoles, Agência Pública

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