Natureza

Maior iceberg do mundo se quebra em 6 pedaços em “cemitério de icebergs”

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Novas imagens de satélite revelam que o iceberg A-76A, maior do mundo atualmente, fragmentou-se em várias partes menores.

Esse pedaço de gelo já tinha fragmentos de outros blocos, sendo resultado de uma divisão em seis partes próximas à Ilha Geórgia do Sul, uma região conhecida como “cemitério de icebergs”.

O A-76A possuía uma extensão de 135 quilômetros e largura de 35 quilômetros, originando-se da fragmentação do iceberg A-76 em 2021.

Desde outubro do ano passado, o A-76A vinha se deslocando em direção ao norte, adentrando a Passagem de Drake, que é a faixa de oceano que separa a Antártida e a América do Sul, e se aproximando das ilhas Sandwich e Geórgia do Sul.

As imagens capturadas pelo satélite Terra da NASA, no dia 24 de maio, revelaram a fragmentação do iceberg. A posição dos novos blocos sugere que a ruptura tenha ocorrido alguns dias antes.

A distância percorrida pelo A-76A antes de se desintegrar surpreendeu os especialistas. Christopher Shuman, glaciólogo da NASA, afirma ser impressionante pensar que o iceberg navegou tão longe em apenas dois anos.

O cientista ressalta o poder das correntes marítimas do Oceano Antártico. Vale destacar que a região em que o iceberg se partiu também foi o local onde o A-68A, que era o maior iceberg anteriormente, fragmentou-se.

Via CanalTech

Águas quentes

As águas mais quentes e as correntes próximas às ilhas Sandwich e Geórgia do Sul criam condições favoráveis para o rompimento dos icebergs. Nesse processo, grandes quantidades de água doce são liberadas pelos blocos de gelo.

Estima-se que o A-68A tenha lançado mais de 1 trilhão de toneladas de água doce no oceano, e espera-se que o A-76A alcance números semelhantes.

Além do A-76A, outros dois grandes icebergs se afastaram do continente antártico nos últimos meses.

Em janeiro deste ano, o A-81 também se deslocou em direção à Passagem de Drake, e em outubro do ano passado, o B-22A saiu da inércia após mais de duas décadas próximo à geleira de Thwaites.

Degelo

O degelo dos icebergs e das geleiras na Antártida é um fenômeno complexo que ocorre devido a uma combinação de fatores. Embora o clima seja influenciado por uma série de variáveis, os cientistas identificaram alguns motivos-chave que contribuem para esse processo preocupante.

A princípio, destacam-se as mudanças climáticas, que desempenham um papel fundamental no aumento do degelo na Antártida. O aquecimento global tem levado ao aumento da temperatura média da Terra, o que se reflete nas regiões polares.

O aumento das temperaturas atmosféricas e o aquecimento dos oceanos resultam no derretimento acelerado das geleiras e dos icebergs, como o A-76A.

Além disso, como indicado, as correntes oceânicas trazem águas mais quentes para a Antártida, o que contribui para o degelo. Essas águas mais quentes entram em contato com as bordas das geleiras e dos icebergs, acelerando o processo de derretimento.

Vale destacar ainda a interação entre as águas oceânicas e as geleiras, que pode enfraquecer a estrutura do gelo, levando ao colapso e à quebra de icebergs.

Via CanalTech

Fragilidade

Vale mencionar, também, que as plataformas de gelo são extensas camadas de gelo flutuantes que se estendem a partir das geleiras sobre o oceano. Essas plataformas desempenham um papel importante na estabilidade das geleiras, atuando como uma barreira que retém o gelo terrestre.

No entanto, as mudanças climáticas têm enfraquecido essas plataformas, causando sua fragmentação e desintegração. Quando as plataformas de gelo se rompem, elas liberam uma grande quantidade de gelo na forma de icebergs.

É importante destacar que o derretimento dos icebergs e das geleiras na Antártida tem consequências significativas. Além do aumento do nível do mar, o derretimento do gelo libera água doce no oceano, o que pode afetar a circulação oceânica e os ecossistemas marinhos.

Além disso, também é um lembrete claro dos impactos das atividades humanas no clima global e da urgência de tomar medidas para mitigar as mudanças climáticas e proteger o meio ambiente.

 

Fonte: CanalTech

Imagens: CanalTech, CanalTech

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