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A mais nova e absurda tendência artística de Hollywood

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Se você lembrar de leve das aulas de histórias de arte, vai lembrar do dia que sua professora te mostrou uma das obras do Duchamp, do tipo uma privada, uma roda de bicicleta ou uma pá, e você perguntou: “professora, por que essa droga é considerada arte?”. Todo mundo riu e ela ficou brava, mas ficou brava porque o que você perguntou é a mais pura verdade. Entretanto, no mundo dos “espertos”, ser diferente é o mesmo que ser burro. Por isso, o simples ato de não fazer arte conseguiu levar diversos “artistas”, como Duchamp, apenas o mais popular deles e usado como exemplo, a entrarem no mundo das galerias de arte e biquinhos – muitos antes das selfies sequer imaginarem existir.

A justificativa era um rompimento com a arte clássica, mas esse rompimento já havia sido feito de forma muito mais bonita e interessante nas décadas anteriores, por pintores surrealistas e minimalistas, por exemplo, tão antigos quanto as culturas gregas e romanas. O que aconteceu, na verdade, foi uma grande justificativa posterior – essa sim, artística – que validava a “idiotice” que o espectador via como uma obra de arte. E aí, sem querer, realmente o dadaísmo virou uma coisa crítica, porque mostrava o quanto para se fazer “arte” não era necessário técnica ou até mesmo sentido algum.

Eu poderia citar Romero Britto e Pollock aqui, entre outros, mas vou pular pro conteúdo da matéria e deixar a pesquisa por conta do leitor interessado. A nova moda entre estrelas de Hollywood, como James Franco, é criar e comprar obras invisíveis. Apesar disso, tem gente brigando pela “autoria” da ideia, já que Lana Newstrom, de 27 anos, tem falado por aí ser a inventora da ideia. Aqui uma exposiçõe dela e uma mensagens de Ghita, que afirma ser a criadora da arte invisível, no Facebook (com um quadro dela):

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Por isso, inclusive, todo o panorama histórico feito antes desse anúncio – pra que você entenda onde esse pessoal está querendo chegar, e em quem estão se inspirando. Abaixo, o “manifesto” feito pelo projeto do Kickstarter (que já bateu 3x a sua meta) para criar o MONA – Museu de Arte Não Existente, o qual James Franco promove e integra:

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UM MANIFESTO: PARA DEIXAR CLARO O NÃO-VISÍVEL

1.
A arte em si não é nada.
Tudo que importa é o que resta.
O brilho posterior.
A ambição é produzir isso.
Nós almejamos o brilho sem nada que o preceda.
Uma luz.
Fosfenos.
2.
A única superfície digna de pintura é a mente do espectador.
Para visualizar arte não deveria ser necessário olhos.
Arte deveria ser entóptica.
Nós lutamos para incentivar a meditação.
O cinema do prisioneiro.
Fosfenos.
3.
Arte não tem valor até entrar no mercado.
O mercado é valor puro.
Dinheiro é banal até que seja gasto.
Dinheiro gasto em arte é dinheiro transformado.
Dinheiro gasto é dinheiro lamentado.
Essa lamúria é diminuída pela arte.
Nós lutamos para melhorar as lamúrias.
Lamentar-se é sentir por algo que não está lá.
Um brilho posterior.
4.
O que você vê não importa.
O que você viu é tudo.
Tudo que você realmente compra é o brilho posterior.
Ele tem valor.
5.
Você deve pagar mais pelo brilho que não vem com nada.
Nada antes.
Somente depois.
Fosfenos.

 

E aí, sentiu uma nostalgia com o dadaísmo ou nada? As obras são o seguinte: cartões ou plaquinhas descrevendo o que seria visualizado se a arte existisse, ficando a critério do espectador (leitor, talvez?) fazer o resto. Legal, mas eu já faço isso com um biscoito chinês, e uma dessas obras – de James Franco – foi vendida pela bagatela de U$ 10 mil. Quer saber como era a obra comprada?

“Uma peça única, apenas essa à venda. O ar que você está comprando é como um tanque infinito de oxigênio. Não importa onde você vá, você sempre terá a habilidade de dar uma golfada do ar mais delicioso, puro e cheiroso que a Terra pode produzir. Cada inspiração te dá um pedaço de vida e saúde. Essa peça de arte é para ser carregada com você o tempo todo, se for sua. Porque não importa onde você vá, você poderá imaginar a si mesmo com o gosto do ar mais límpido, do topo de montanhas, campos verdejantes ou do oceano; é um suprimento infinito.”

Quer ver como é uma exposição?

https://www.youtube.com/watch?v=j8EeXM5USAU

Na verdade mesmo, isso tudo é muito, muito antigo. Tão antigo que tem até uma fábula infantil feita sobre uma “roupa invisível que só os inteligentes conseguiam ver”, e que ninguém ousava dizer não enxergar, o famoso conto das “Roupas Novas do Imperador”.

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Mas não conte isso pros “especialistas em arte”, ou eles podem ficar nervosos.

 

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