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Megalodon tinha sangue quente, apesar de ser um assassino frio, revela estudo

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O nosso planeta é muito grande e rico em diversidade, e vários “monstros” já viveram na Terra nos mais variados habitats. No entanto, seja por seleção natural ou interferência do homem no meio ambiente, alguns animais desapareceram por completo. Um desses casos é o megalodon.

Historicamente, ele é considerado o maior tubarão que já viveu na Terra. Seu nome significa “grande e poderoso”. No entanto, ele é como um fantasma no registro paleontológico.

Esse animal é conhecido no registro fóssil, principalmente, por conta dos seus dentes gigantes que sobreviveram milhões de anos. Os dentes ficaram mesmo depois do esqueleto de cartilagem do animal se decompor por completo. E é a partir deles, que normalmente são maiores que uma mão humana, que os cientistas estimam o tamanho do megalodon. É imaginado que a mandíbula desse animal poderia, facilmente, engolir um adulto e ter espaço de sobra.

Descoberta

Sputnik Brasil

Recentemente, um novo estudo mostrou novas informações a respeito do megalodon. De acordo com a descoberta feita pelos cientistas, esse animal tinha uma característica surpreendente: ele era um tubarão de sangue quente.

Para fazer essa descoberta, os cientistas analisaram os dentes do animal e neles acharam evidências de que a espécie mantinha sua temperatura corporal aproximadamente 11° Celsius mais quente do que a água onde ela vivia. Por conta dessa diferença, o megalodon pode ser classificado como um animal endotérmico, ou seja, que consegue gerar calor internamente.

Os pesquisadores usaram uma técnica geoquímica inovadora para descobrir a temperatura corporal desse animal. Ela analisa os isótopos nos dentes fossilizados e são eles quem revelam informações a respeito do ambiente onde o animal vivia e dão pistas a respeito da sua temperatura corporal.

Então, fazendo a análise dos isótopos no esmalte dentário do animal, os cientistas conseguiram estimar a temperatura em que os dentes se formaram. Isso indica aproximadamente qual era a temperatura corporal do megalodon quando estava vivo.

Essa capacidade deu ao megalodon a habilidade de nadar de forma mais ágil e ser resistente à água fria, o que possibilitou que a espécie se espalhasse por todos os oceanos. Contudo, essa mesma vantagem pode ter ajudado na sua extinção.

Isso porque, na época em que o megalodon era vivo aconteceram várias mudanças ambientais bem significativas, como por exemplo, o resfriamento global e mudanças no nível do mar. E para que esse animal conseguisse manter sua temperatura corporal, ele tinha que comer consideravelmente bem. Mas com todas essas mudanças e competições com outros predadores, isso pode ter contribuído para que o megalodon não tivesse comida o suficiente para sobreviver.

Importância

Mar sem fim

Essa descoberta é importante porque isso não é uma coisa comum entre os peixes. A maior parte deles tem sangue frio e é dependente da temperatura da água para que a sua temperatura interna seja regulada. Contudo, alguns tubarões conseguem manter parte ou seu corpo inteiro em uma temperatura mais alta do que a água à sua volta.

E estudando o que contribuiu para que o megalodon fosse extinto, os cientistas podem ter novas ideias a respeito da vulnerabilidade dos tubarões atuais por conta do aumento de temperatura dos oceanos por causa das mudanças climáticas.

Megalodon

Live science

Além dessa descoberta sobre sua temperatura corporal, uma outra, com relação ao tamanho do animal, também foi feita em 2021. A “mudança” de tamanho do megalodon acontece porque medir o tamanho de um tubarão a partir dos seus dentes e de algumas vértebras não é uma ciência exata, principalmente quando a espécie em questão já foi extinta e pode ter sido feita de uma forma diferente dos tubarões que são vistos atualmente.

As estimativas para o tamanho do megalodon variam entre 11 a mais de 40 metros de comprimento. Entretanto, normalmente elas se fixam em torno de 15 a 18 metros de comprimento.

Agora, um novo método para calcular o tamanho do megalodon se baseando na largura dos seus dentes sugere que os números anteriores, na verdade, subestimaram o tamanho real do animal. Esse novo método sugere que o megalodon chega a cerca de 20 metros.

Essa descoberta foi feita de forma casual com a ajuda de alunos. “Fiquei bastante surpreso que ninguém tivesse pensado nisso antes. A beleza simples desse método deve ter sido óbvia demais para ser vista. Nosso modelo era muito mais estável do que as abordagens anteriores. Esta colaboração foi um exemplo maravilhoso de por que trabalhar com paleontólogos amadores é tão importante”, disse o paleontólogo Ronny Maik Leder, do Museu de História Natural da Alemanha.

Durante toda sua vida, os tubarões perdem e crescem seus dentes de forma contínua, podendo chegar a 40 mil dentes antes de morrer. Um megalodon tinha até 276 dentes na boca a qualquer momento.

Nessa busca pela estimativa de tamanho do animal através do dente, os cientistas costumam usar equações e também têm que descobrir onde o dente estaria na boca do tubarão. Depois disso, eles usam a equação para essa posição.

O novo método também não é perfeito. Até porque, os dentes de alguns tubarões estão mais perto um do outro do que em outros animais da mesma espécie. E os cientistas não possuem essa informação a respeito do megalodon. Contudo, essa nova pesquisa talvez aproxime mais os pesquisadores de avaliar o verdadeiro tamanho desse gigante temível da antiguidade.

“Embora isso potencialmente avance nosso entendimento, ainda não resolvemos a questão de quão grande era o megalodon. Ainda há mais que poderia ser feito, mas isso provavelmente exigiria encontrar um esqueleto completo neste momento”, concluiu o paleontólogo Victor Perez.

Fonte: Socientífica

Imagens: Live science, Sputnik Brasil, Mar sem fim

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