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Existe uma cidade incrivelmente rica, citada pelo historiador e geógrafo grego Heródoto, que teria sido visitada por Helena de Troia, mas que não passaria – mesmo na época – de ruínas submersas. Creditada como uma lenda, a cidade de Heracleion (ou Thonis) não apenas é real, mas também foi descoberta ao acaso por mergulhadores que se aventuravam no Mediterrâneo.
Foi lá que a cidade foi engolida pelo oceano há mais ou menos 1200 anos, hoje tendo pedaços de suas construções espalhados pela superfície marinha egípcia a mais de 45 m de profundidade, foi encontrada. E, apesar da decadência, as ruínas fazem parte da mais importante (e por isso, rica) cidade portuária para o comércio entre o Egito e a Grécia, provavelmente a rota comercial mais importante de seu tempo.
Foram achados mais de 64 restos de embarcações junto das ruínas e 700 âncoras, além de moedas de ouro, pesos de bronze e pedra e estátuas de 4 metros de altura, além de diversas outras menores. Em tábuas de pedra, inscrições em grego e egípcio, e até mesmo sarcófagos cobertos de musgo, pequenos, provavelmente de animais sacrificados para deuses. No centro da cidade, ficava um templo para Amun-Gereb, o deus supremo dos egípcios na época.
De acordo com o Dr. Damian Robinson, diretor do Centro de Arqueologia Marítima de Oxford, “essa é uma grande cidade que estamos escavando, e tem um nível de preservação ótimo. Agora estamos começando a olhar algumas áreas mais interessantes e tentando entender como era a vida ali. Estamos criando uma rica imagem de como o comércio e a economia marítima do local se passavam, no fim da Era Egípcia. Há coisas aqui dos gregos e fenícios”, aponta. Mas também acha que esse é só o começo da pesquisa de investigação, que “levará 200 anos para nos dizer algo concreto sobre Thonis-Heracleion”.
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