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Molécula de veneno de abelha consegue destruir células de câncer de mama em laboratório

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Consideradas os seres vivos mais importantes do planeta, pode-se dizer que as abelhas são animais insubstituíveis. No entanto, nas últimas décadas, devido às mudanças climáticas e o uso excessivo de pesticidas, elas estão morrendo. E preocupação deve ir além do mel. Se as abelhas deixassem de existir, a humanidade correria sérios riscos.

Várias pessoas já tiveram encontros não muito agradáveis com esses animais e seus ferrões. Mas o veneno da abelha pode ser mais do que apenas um incômodo para nós. De acordo com um novo estudo feito em laboratório, uma molécula encontrada no veneno de abelha pode suprimir o crescimento de células cancerosas.

O estudo focou em determinados subtipos de câncer de mama. Incluindo o câncer de mama triplo-negativo (TNBC), que é uma doença bastante agressiva com poucas opções de tratamento.

Veneno

O TNBC é responsável por até 15% de todos os cânceres de mama. E em vários casos, suas células produzem mais de uma molécula chamada EGFR do que as células normais. Todas as tentativas anteriores de tratamento que visavam essa molécula em específico não foram bem sucedidas. Até porque elas afetariam negativamente as células saudáveis.

E o veneno da abelha melíferaApis mellifera, mostrou ter um potencial em outras terapias médicas, como por exemplo no tratamento de eczema. E já faz tempo que ele também é conhecido por ter propriedades antitumorais. Mas o seu funcionamento contra  tumores em nível molecular ainda não é totalmente compreendido. E um grande avanço em direção a essa resposta foi feito.

A verdade é que as abelhas usam a melitina, que é a molécula que compõe metade do seu veneno e faz com que as picadas sejam doloridas, para lutar contra os seus próprios  patógenos. E os insetos produzem o peptídeo não somente em seu veneno. Mas também em outros tecidos.

Observando essa molécula, os pesquisadores submeteram células cancerosas, que foram cultivadas em laboratório, e células normais ao veneno da abelha da Irlanda, Inglaterra e Austrália. E também ao veneno da abelha Bombus terrestris, da Inglaterra.

Observações

Depois disso, eles descobriram que o veneno que não tem melitina mas tem outros assassinos de células em potencial teve um efeito menor nas células de câncer de mama. Mas o veneno da abelha em todos os locais fez diferença.

“O veneno era extremamente potente. Descobrimos que a melitina pode destruir completamente as membranas das células cancerosas em 60 minutos”, disse a pesquisadora médica Ciara Duffy, do Instituto de Pesquisa Médica Harry Perkins.

A melhor parte foi que a melitina teve pouco impacto nas células normais. E focou especificamente nas células que produziam muito  EGFR e HER2, que é outra molécula produzida em excesso por alguns tipos de câncer de mama.

“Este estudo demonstra como a melitina interfere com as vias de sinalização nas células do câncer de mama para reduzir a replicação celular”, disse o cientista-chefe da Austrália Ocidental, Peter Klinken, que não esteve envolvido neste estudo.

A equipe quis levar seu trabalho mais longe e produziu uma versão sintética da melitina para ver como ela se sairia comparada a real. “Descobrimos que o produto sintético espelha a maioria dos efeitos anticâncer do veneno das abelhas”, explicou Duffy.

“Descobrimos que a melitina pode ser usada com pequenas moléculas ou quimioterapias, como docetaxel, para tratar tipos altamente agressivos de câncer de mama. A combinação de melitina e docetaxel foi extremamente eficiente na redução do crescimento do tumor em camundongos”, continuou.

É claro que muitas coisas podem matar uma célula cancerosa quando ela está em uma placa em um laboratório. Por isso os pesquisadores ainda tem um caminho longo a precorrer antes que essa molécula de veneno possa ser usada em tratamentos em humanos.

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