O universo dos quadrinhos apresenta seres com habilidades extraordinárias. Porém, é importante lembrar que isso também amplifica a possibilidade de contratempos. Basicamente, super poderes atraem super problemas, é tudo proporcional. Sendo assim, os super-heróis acabam lidando com as mesmas dificuldades cotidianas que muitos de nós, só que de uma forma mais subjetiva. Por exemplo, o Superman já sofreu xenofobia, apesar de vestir a bandeira estadunidense e lutar pela Terra; a Mulher-Maravilha luta contra o sexismo na mesma medida que combate supervilões; e o Batman lida com o trauma da morte dos pais se vestindo de morcego e batendo nos outros a noite. Isso significa que, no fim do expediente, todo mundo acaba precisando de terapia e foi isso que Guardians of the Galaxy #6 apresentou (via Screen Rant).
Seguindo essa linha de raciocínio, seria um baita eufemismo dizer que Richard Rider, vulgo Nova, passou por muita coisa. Além de ter tido seu potencial desperdiçado pela Marvel nos último anos, o herói ainda passou por situações que o desgastaram física e emocionalmente. Contudo, felizmente o vimos buscar ajuda na mais recente edição dos quadrinhos de Guardiões da Galáxia. Após resolver consultar um profissional especializado em saúde mental, Rider se deu conta de que lida com muita coisa e tem muito o que resolver.
Os demônios internos de Nova
Richard Rider foi apresentado ao público pela primeira vez em The Man Called Nova #1, em 1976. Todavia, o personagem só ganhou visibilidade quando passou a integrar os Novos Guerreiros. Posteriormente, após os eventos de Aniquilação, Rider se tornou o último sobrevivente da Tropa Nova. Sendo assim, nos anos seguintes o vimos no centro de vários confrontos intergalácticos, onde o mesmo acabou esbarrando nos Guardiões da Galáxia. Isso resultou na formação de laços entre Rider e a equipe de desajustados liderada por Peter Quill – que inclusive é seu melhor amigo. Só para ilustrar, já vimos ambos se sacrificarem para prender Thanos no Cancerverso. Então, podemos dizer que a amizade aqui é inabalável, certo? Bom, era… até a morte separá-los.
Acontece que essa série dos Guardiões apresentou a morte de Quill. Como resultado disso, o time acabou se dispersando e cada um dos entes queridos do Senhor das Estrelas vem lidando individualmente com a dor. Embora os quadrinhos não tendam a se aprofundar no luto, Al Ewing resolveu explorar esse elemento narrativo e testemunhamos a vulnerabilidade de Rider. Após a morte do amigo, Nova resolveu consultar um psicólogo. Assim, a edição imergiu nas batalhas internas de Richard, desde os confrontos com seu pai quando criança, até sua recente discussão com Gamora. Esta última, por sua vez, acabou acusando Rider pela morte de Quill, o que o deixou ainda mais abalado.
A importância dessa abordagem no universo de super-heróis
No entanto, apesar de Rider ter chegado a acreditar que Quill morreu por protegê-lo, seu psicólogo o guiou em outra direção. Segundo o profissional, Nova também merece ser amado e o mesmo fez o herói admitir isso. Sem dúvidas foi um momento marcante para os leitores. É um tanto quanto significativo ver um personagem aparentemente seguro, buscando ajuda para evoluir. Além disso, estamos em uma época onde a saúde mental tem sido um grande foco de discussões. Logo, essa é uma forma bastante didática de prestar um serviço de utilidade pública. Se até mesmo super-heróis buscam ajuda para enfrentar desafios emocionais e psicológicos, quem somos nós pra dizer o contrário?
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a Marvel presta um serviço de utilidade pública. Há pouco tempo a editora inaugurou uma iniciativa chamada Heroes at Home, que mostra os super-heróis lidando com a quarentena. Já deu uma conferida? O que você achou da abordagem protagonizada por Nova? Algum quadrinho especial mudou sua vida para melhor? Compartilhe sua opinião com a gente.
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