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Nova IA do Google gera vídeos de bichos em situações surreais; veja

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Na terça-feira, dia 23, o Google apresentou seu mais recente modelo de inteligência artificial para geração de vídeos, denominado Lumiére. A ferramenta leva o nome em homenagem aos irmãos pioneiros do cinema. Curiosamente, também se reflete no que ela consegue fazer.

No lançamento, seu material de divulgação exibiu uma série de imagens surreais, incrivelmente superiores em qualidade em comparação com as produzidas por outros modelos disponíveis no mercado.

Embora ainda não exista uma data definida para o lançamento público, essa IA é capaz de atribuir atividades humanas a animais, dar movimento a obras icônicas das artes visuais e criar cenários fictícios, como um astronauta explorando Marte.

Conforme detalhado em um artigo divulgado pelos engenheiros do Google, as imagens geradas por essa nova tecnologia mantêm uma coerência visual ao longo do tempo.

Essa é uma característica que a diferencia de outras plataformas disponíveis no mercado, como a Runway, previamente testada pelos profissionais.

Fluidez

Cada segmento gerado tem uma duração de cinco segundos, equivalente a 80 quadros a uma taxa de 16 quadros por segundo.

Isso se torna possível devido ao uso de uma técnica inovadora pela rede neural que treina a inteligência artificial, a qual leva em consideração não apenas a composição e as cores de cada quadro, mas também o vetor temporal.

Dessa forma, o elemento tempo é integral na equação. O Lumiére apresentou uma representação esquemática desse processo para a mídia.

Via Folha de São Paulo

Essa técnica também assegura que as imagens geradas mantenham uma qualidade elevada.

O Lumiére sucede o Imagen Video de 2022, o qual produzia sequências com 24 frames por segundo, embora nem sempre consistentes.

Concorrência

A Meta, proprietária do Instagram, também anunciou em novembro o Emu Vídeo, que anima imagens estáticas, embora ainda não esteja disponível para o público. Este também é um avanço em relação ao Make-A-Video de 2022.

Durante um ano marcado por eleições, surgem preocupações em relação às inteligências artificiais (IAs) geradoras de vídeo, devido ao potencial de impulsionamento de deepfakes. Trata-se de vídeos falsos que replicam a aparência e a voz de indivíduos para distorcer a realidade.

Empresas como a OpenAI, criadora do ChatGPT, adotam políticas restritivas para evitar que seus modelos geradores de imagens imitem pessoas reais.

Entretanto, outras plataformas geradoras de vídeo já estão disponíveis na internet. O Runway Gen 2, por exemplo, está em fase de testes desde junho do ano passado.

Um exemplo é o modelo de código aberto Stable Video Diffusion, lançado em novembro, que foi capaz de produzir um deepfake do ator Will Smith comendo espaguete. No entanto, o resultado tende a ser mais cômico do que convincente em termos de verossimilhança.

Como o Lumiére funciona

Via Folha de São Paulo

O Lumiére opera na geração de vídeos a partir de texto, utilizando um sistema semelhante ao do ChatGPT. Basta ao usuário descrever a cena que deseja criar, como, por exemplo, um panda dirigindo, ou um gato tocando piano.

Além disso, a plataforma é capaz de animar imagens estáticas com base em uma descrição. A obra de arte ou a fotografia também podem ser usadas como referência de estilo para o modelo de IA.

Uma outra inovação do Lumiere é a capacidade de editar apenas partes específicas do vídeo. Isso possibilita a alteração de roupas de um personagem gravado ou a modificação de objetos em um determinado cenário.

Quando for disponibilizado oficialmente, acredita-se que ferramentas mais desenvolvidas irão compor uma assinatura plus, como aconteceu com outras plataformas. No entanto, todos os usuários terão a chance de conhecer a inteligência artificial, ao menos em período de teste.

Uso de IA para criar imagens

Mesmo antes do lançamento do Lumiére, a internet já discutia a ética de usar a inteligência artificial para criar imagens e vídeos, mesmo que ultrarrealistas.

Isso porque existe a discussão sobre essas ferramentas se apropriarem de estilos e formas de artistas humanos sem seu conhecimento. Afinal, é preciso alimentar o algoritmo com artes e exemplos no banco de dados, para que ele possa criar as imagens conforme os prompts.

Agora, com uma ferramenta associada ao Google, a discussão ganha força em termos de reprodução não-autorizada de imagens e a perda dos direitos autorais. Ainda não se sabe como será a recepção total do Lumiére nessas condições.

Contudo, as ferramentas e sua capacidade são impressionantes, e trazem imagens ainda mais nítidas para editores, artistas e quem quiser criar.

 

Fonte: Folha de São Paulo

Imagens: Folha de São Paulo, Folha de São Paulo, Youtube

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