Recentemente, o governo argentino descobriu que uma nova nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil. Dessa forma, de acordo com informações publicadas na última sexta-feira (27/11), a nova nuvem de gafanhotos estaria a poucos quilômetros do Rio Grande do Sul.
Segundo o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), os insetos já foram encontrados nas cidades argentinas de Campo Viera e Itacaruaré, na provÃncia de Misiones. Também vale lembrar que essas são cidades que fazem divisa com os municÃpios de Rincão Vermelho e Porto Xavier, no Brasil. Por isso, regiões próximas devem permanecer em alerta.
Até agosto, nove grupos de insetos viajavam pelo paÃs
Ainda nas informações reveladas, foi confirmado pelos técnicos argentinos que esse não é o mesmo gafanhoto encontrado em agosto deste ano. Nesse caso, estamos falando de uma espécie conhecida como tucura. Essa espécie não é conhecida por viajar por grandes distâncias. Logo, esse tipo de caracterÃstica da espécie pode fazer com que o animal não adentre em território nacional. Em todo caso, essa informação permanece incerta.
Até o momento dessa publicação, a nova nuvem de gafanhotos foi encontrada em três fazendas no municÃpio de Campo Viera e em uma fazenda de Itacaruaré. Dessa forma, os animais passaram pelos locais sem grandes prejuÃzos. Nos locais mais afetados, existem apenas registros de que os insetos tenham atacado algumas lavouras de erva-mate. Mesmo com poucos danos causados pelos gafanhotos, profissionais brasileiros e argentinos estão trabalhando juntos para monitorar o avanço dos insetos.
Vale ressaltar que, caso agricultores das regiões indicadas descubram qualquer novidade, eles podem encontrar em contato com autoridades locais. Desde o começo do ano, o governo argentino monitora locais de risco e possÃveis novas nuvens de gafanhotos. Dito isso, ainda em agosto, técnicos da Argentina conseguiram eliminar uma nuvem que, caso chegasse ao Brasil, poderia causar grandes estragos.
Como se proteger da nova nuvem de gafanhotos?
De acordo com Adeney de Freitas Bueno, entomologista e pesquisador da Embrapa Soja, de Londrina, no Paraná, inseticidas especÃficos podem funcionar em alguns casos. “Porém, o uso de inseticida é paliativo e pode não ter um resultado tão bom, pois são muitos insetos, que voam de forma muito rápida a longas distâncias, em grande quantidade”, afirma o pesquisador.
Portanto, a melhor maneira de se proteger dos insetos e se prevenindo dos seus ataques. “Quando eles chegam, devoram rapidamente tudo o que é verde. Então, até o produtor tomar a decisão de colocar inseticida e o produto fazer efeito leva alguns dias. Somente para o inseticida fazer efeito são dois dias”, explica Bueno. Por isso, a longo prazo, a melhor alternativa é realizar o monitoramento, como tem sido feito, e a tomada de medidas preventivas.
No Brasil, pelo menos, “a formação de nuvens de gafanhotos não é algo recorrente e nem um problema crônico da agricultura brasileira”, como nos lembra Ivo Pierozzi Júnior, doutor em ecologia. “Vivemos poucas experiências no Brasil para dizer como as espécies de gafanhotos respondem ao ambiente, não dá para definir quais são os ciclos”, completa o pesquisador.
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