No último sábado, 6, ocorreu a coroação do novo rei do Reino Unido, mas muitas pessoas prestaram atenção no carro do rei Charles III.
A solene cerimônia teve lugar na Abadia de Westminster e marcou oficialmente a transição de poder para Charles, oito meses após o falecimento da rainha Elizabeth II.
Assumindo o trono britânico, Charles III traz consigo a preocupação com o meio ambiente como uma de suas principais causas.
O rei é conhecido por possuir um carro luxuoso, o Aston Martin DB6 Volante, um presente que recebeu de sua mãe quando completou 21 anos.
O interessante sobre esse veículo é que o seu motor é abastecido utilizando a produção excedente de vinho branco e soro de leite coalhado.
Carro do rei Charles
Durante uma entrevista concedida à BBC em outubro de 2021, o então príncipe Charles compartilhou uma curiosidade sobre seu carro, revelando que o modificou de forma a poder abastecê-lo com “vinhos” e “queijos”.
Essa afirmação surgiu em meio a uma discussão sobre suas preocupações ambientais.
Charles III fez uma brincadeira ao mencionar que seu Aston Martin utilizava esses alimentos como combustíveis, mas logo esclareceu que na realidade o veículo funciona com biocombustíveis.
Assim, ele é composto principalmente por bioetanol e cerca de 15% de gasolina sem chumbo.
A mistura de matérias-primas inclui o excedente da produção local de vinho e soro proveniente da fabricação de queijos.
Essa adaptação do veículo ocorreu em 2008, no mesmo ano em que o Conselho de Ministros da União Europeia estabeleceu cotas para a exportação de vinho para cada país.
Quando essas cotas são atingidas, o excedente deve ser descartado ou utilizado de outras formas.
Por isso, o carro do rei Charles III se adaptou para aproveitar os queijos e vinhos ingleses também em sua forma de locomoção.
Produção de bioetanol de vinho
A produção de bioetanol a partir de vinho e soro ocorre por meio de um processo chamado fermentação.
Quando há um excedente na produção de vinho, seja por razões de demanda ou regulamentações, esse vinho se direciona para a produção de bioetanol.
Dessa forma, ocorre a separação do álcool, onde o vinho excedente é destilado de maneira especial. Esse é o principal componente usado para a produção de bioetanol.
Esse processo de destilação separa o álcool do restante dos componentes presentes no vinho.
Em seguida, ocorre a preparação do mosto, a mistura líquida obtida a partir da destilação do vinho.
No caso da produção de bioetanol do carro do rei Charles, o mosto contém o álcool separado anteriormente e outros componentes que participam da fermentação.
Para garantir uma fermentação eficiente, pode-se adicionar enzimas específicas ao mosto.
Essas enzimas ajudam a quebrar os açúcares presentes no mosto em moléculas menores, facilitando a fermentação.
Descanso
O mosto vai para tanques fermentadores, onde se adicionam leveduras selecionadas para descanso.
As leveduras são responsáveis por converter os açúcares presentes no mosto em álcool e dióxido de carbono por meio de um processo chamado fermentação.
Nesse estágio, o álcool é produzido a partir dos açúcares presentes no vinho e no soro.
Posteriormente, após a fermentação, ocorre a destilação do líquido resultante para separar o álcool do restante dos componentes presentes na mistura.
Esse processo permite obter um líquido com teor alcoólico mais elevado.
Ainda, o líquido destilado passa por etapas adicionais de purificação para remover impurezas e resíduos, garantindo a qualidade do bioetanol produzido.
Finalmente, o bioetanol resultante combina com outros aditivos ou combustíveis, dependendo de suas aplicações finais.
Em seguida, se armazena em tanques adequados até utilização como biocombustível.
É importante ressaltar que a produção de bioetanol a partir de vinho excedente e soro é uma excelente forma de aproveitar subprodutos ou excedentes da indústria alimentícia, contribuindo para a redução de desperdício e promovendo a sustentabilidade.
Assim, o carro do rei Charles é um exemplo ecológico, e combina com o novo monarca-chefe.
Fonte: UOL
Imagens: UOL, SuperInteressante