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O enfraquecimento do campo magnético no passado pode ter causado uma extinção em massa

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Há 565 milhões de anos atrás, a magnetosfera da Terra (campo magnético que protege o planeta, como um escudo) pode ter se degradado até o seu ponto mais baixo do planeta Terra. Essa informação está de acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Geoscience.

Você tem noção da gravidade desse problema? A magnetosfera da Terra a protege das grandes tempestades solares. Sem essa camada protetora, a maior parte do ar e da água ia desaparecer. A Terra ia se tornar tão seca e desolada como Marte.

Aniquilação

Nesse mesmo período, o núcleo interno de ferro líquido da Terra cristalizou, num processo chamado “nucleação”. Acredite você ou não, foi isso que salvou a existência de vida na Terra. Uma vez que esse ferro ficou sólido, fortaleceu a bolha eletromagnética protetora que envolvia a Terra, impedindo a devastação completa. Esse vento pode ter sido responsável pelo que ficou conhecido mais tarde como explosão Cambriana, ocorrida há 541 milhões de anos atrás, na qual a biosfera de repente experimentou a maior expansão evolucionária da história do planeta.

O enfraquecimento do campo magnético foi descoberto pelo geofísico John Tarduno e seus colegas da Universidade de Rochester. A descoberta coincidiu com a extinção do final do período Ediacarano, cerca de 542 milhões de anos atrás. Esse evento resultou em morte de uma grande massa de organismos primitivos, sésseis e marinhos que precederam à explosão cambriana.

Em 2016, Carlo Doglioni, geólogo da Universidade Sapienza de Roma, propôs que o surgimento de novas formas de vida no período Cambriano ocorreu em parte devido à crescente força da magnetosfera (logo após o seu enfraquecimento). “A força magnética estava aumentando”, diz Doglioni. “Temos uma atmosfera boa e espessa que nos protege da radiação ionizante porque temos um campo magnético forte e bom”, concluiu.

Sobreviventes

Estudo fósseis apontam que a reação dos organismos ediacarianos diante da extinção evidente foi conseguirem sobreviver se enterrando no fundo do mar. Mas o que levou a esse enfraquecimento do campo magnético da Terra? Um estudo de 2016, feito por Joseph Meert, geólogo da Universidade da Flórida, culpa a luz ultravioleta prejudicial e a radiação cósmica que banhavam a superfície pelo campo magnético enfraquecido da antiga Terra e pela atmosfera rarefeita. “Quando os escudos caíram, os organismos ediacaranos foram extintos, limpando o espaço ecológico para a posterior explosão Cambriana”, afirma o cientista.

Apesar das evidências, Josh Tarduno pede calma na hora de analisar os fatos. “O problema com essa hipótese é que a evidência dela no registro geológico é bastante escassa. Se olharmos para outros momentos de profunda fraqueza magnética, isso seria a profundidade de uma inversão magnética. Então, esse é um período de tempo muito curto, talvez algumas centenas até alguns milhares de anos”, afirma Tarduno. Ou seja, se olharmos historicamente, nem sempre o campo magnético da Terra enfraquecido é sinal de uma extinção evidente.

Courtney Sprain, geocientista da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, que não participou de nenhum dos estudos citados acima, diz que são necessários mais dados para determinar os fatores que levaram à extinção do Ediacaran. “Eu acho que existem caminhos para entender isso em um nível mais alto e profundo no futuro”, diz ela.

E aí, o que você acha? Comenta aqui com a gente e compartilha nas suas redes sociais. Para você que fica tentando imaginar o que levará a extinção do homem, aquele abraço.

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