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O imperador japonês que aos 84 anos ainda publica artigos científicos

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O Japão é uma monarquia constitucional, ou seja, apesar de ser controlada pelo parlamento e pelo primeiro-ministro (politicamente falando), conta-se ainda com a figura ilustrativa de uma família imperial. Desde 2012, Shinzō Abe é o primeiro-ministro do Japão. Ele possui poderes semelhantes aos de um presidente em uma república. Já o imperador em voga é Akihito, de 84 anos de idade.

Atualmente, ele fez um pronunciamento que deixou todo mundo surpreso. No dia 30 de abril de 2019, ele abrirá mão do seu trono para dar o lugar ao seu filho, Naruhito. Mas acontece que, na prática, isso não mudará muita coisa na rotina diária do Japão. Desde a Constituição pós-guerra de 1947, o monarca não tem nenhum poder político e possui um papel apenas cerimonial.

O imperador Akihito vai, provavelmente, continuar fazendo o que fez nos últimos 28 anos no poder da família imperial. Está se perguntando o que é? Imagino que sim, a surpresa, é que se trata de algo não muito previsível. A coisa preferida do imperador é pesquisar e publicar artigos sobre gobis, um tipo de peixe encontrado em águas salobras em regiões do Pacífico.

Imperador japonês e artigos científicos

Akihito é membro da Sociedade de Ictiologia do Japão e publicou 30 artigos no periódico da organização entre 1963 e 1989, antes de assumir o trono. Em 2009, o imperador publicou um artigo na revista científica Nature intitulado “Linnaeus e a Taxonomia no Japão”, em que falou sobre a influência do botânico sueco, considerado o pai da taxonomia moderna no país. Em 2016, apareceu como primeiro autor de um estudo publicado na Gene sobre seu objeto de estudo favorito, os peixes Gobi.

Todas essas pesquisas e contribuições dos artigos publicados pelos imperador deram a Akihito os títulos de membro honorário da Linnean Society of London, Sociedade de Zoologia de Londres, Instituto de pesquisa de Ciências Naturais da Argentina e de pesquisador associado do Museu Australiano.

Em um de seus artigos, no qual defende o compartilhamento global de conhecimento, ele defende: “Através do meu próprio estudo de citologia, eu percebi fortemente a importância da cooperação internacional ao conduzir estudos científicos. Eu lembro com muita gratidão que por trás de cada artigo que eu publiquei, houve muita cooperação de pessoas mundo agora”.

Novo imperador

Akihito deixa seu posto não só para poder se dedicar a ciência, como também devido a sua saúde que está um pouco debilitada. Ele foi submetido a uma operação no coração, em 2012, depois de ter sofrido de um cancro na próstata em 2003. Akihito, que é considerado uma personalidade divina pelos seus súditos, um conceito muito diferente da realeza ocidental, irá passar o trono ao príncipe herdeiro Naruhito, de 58 anos, no próximo mês.

Naruhito nasceu em 23 de fevereiro de 1960, e foi o primeiro filho de Michiko Shoda, a primeira plebeia a entrar no círculo imperial, e de Akihito, que era então o príncipe herdeiro. Formou-se na Universidade Gakushuin, em Tóquio, e continuou na Escola de Pós-Graduação em Humanidades, onde completou o doutoramento.

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