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O maior ser unicelular que existe é nada menos que macabro

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Pergunta esperta: o que vem à mente quando se fala em “organismo unicelular”? Em suma, já pensamos em seres que consistem apenas em uma célula, não é verdade? Em contrapartida, mesmo que essa resposta apareça, assim, de forma súbita, esses animais microscópicos possuem diversas outras características. Então, vamos lá, siga o raciocínio.

A grande maioria dos organismos unicelulares não fica maior que um décimo de milímetro. E por que não crescem mais? Bom, isso ocorre devido a inúmeros fatores. Os principais, em síntese, envolvem a integridade estrutural, que é mais difícil de manter quando o organismo é maior. Do mesmo modo, se devem ao transporte de alimentos e dejetos, algo que é mais complicado para organismos maiores.

Por isso, na maioria dos casos, não há vantagem evolutiva alguma em ser maior. Entretanto, é importante lembrar também que a diversidade existe. E em todo lugar. Por esse motivo, no vasto e diversificado mundo microbiano, existem algumas exceções. Isso quer dizer que há animais unicelulares que não são microscópicos.

Dentre os que existem, queremos destacar a alga Caulerpa. E por que queremos destacar essa criatura? Basicamente, esse ser merece destaque porque é reconhecido como o maior organismo unicelular.

Caulerpa Taxifolia

A Caulerpa, para quem não sabe, é um tipo de alga que se assemelha a uma planta. Embora um único organismo Caulerpa possa crescer até 3 metros de comprimento e ter até 200 frondes, este peculiar organismo consiste apenas em uma única célula.

No entanto, cada célula de Caulerpa é multinucleada. Ou seja, isso significa que contém vários núcleos celulares. Basicamente, tais núcleos servem para direcionar tarefas dentro da célula gigantesca. Nesse ínterim, partes da célula têm funções diferentes, agindo como folhas, caules e raízes fotossintéticos.

A Caulerpa taxifolia surgiu no Mediterrâneo, em 1984, tendo se tornado, desde então, protagonista dos “Media”, em artigos sobre ecologia. Não é à toa que o maior espécime dessas algas é encontrado ali. Além disso, acredite ou não, são comestíveis. E dizem ter um sabor apimentado.

É possível encontrar esta alga desde a superfície, até os 100 metros de profundidade. Possui a capacidade de se desenvolver em qualquer tipo de substrato. Em 1990, cobria 3 hectares do oceano. Já em 1992, calculava-se que a área ocupada fosse de mais de 100 hectares.

Em 1994, ocupava uma área 20 vezes superior a esta e, em 1996, povoava mais de 1.500 hectares. Em suma, ninguém sabe como deter o avanço da Caulerpa, pois a sua multiplicação é ainda favorecida pela inexistência de organismos que dela se alimentem devido à presença de toxinas sintetizadas pela alga.

Como a alga tomou conta do oceano

A Caulerpa possui uma estrutura atraente e fácil de cuidar. Tanto que, nos anos 1970, um aquário alemão comprou algumas destas algas.

A exposição da C. taxifolia a produtos químicos e radiação UV mutagênica permitiu que a equipe, que a cultivava, fizessem uma seleção artificial. Ou seja, a equipe queria privilegiar as algas mais fortes, com crescimento mais rápido, e, principalmente, mais adaptadas às águas frias.

Em 1980, satisfeitos com seu trabalho, a equipe distribuiu o produto a outros aquários na Europa. Quatro anos mais tarde, o inevitável aconteceu. Algumas variantes “escaparam” de um aquário em Mônaco. E basicamente, foi um dos exemplares que receberam a planta.

Nesse ínterim, a Caulerpa precisou apenas de tempo para tomar o Mediterrâneo. Comparada com sua ancestral, a Caulerpa consegue sobreviver à poluição. Além disso, é capaz de se regenerar a partir de fragmentos pequenos.

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