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O projeto que declarou guerra à 250 mil cabras para salvar uma espécie

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Ás vezes, para salvar uma espécie com risco de extinção, é preciso ir contra a teoria da evolução. E isso envolve ignorar a parte em que prega a “sobrevivência do mais forte”. E foi exatamente isso que aconteceu nas ilhas Galápagos em 1990, quando a salvação das tartarugas dependia do extermínio completo das cabras na região.

O projeto Isabela, como foi chamado, foi uma guerra total contra 250 mil cabras e outros mamíferos nas Ilhas de Galápagos. Isso porque, com a chegada das cabras a ilha, esses animais começaram a destruir grande parte da vegetação, consequentemente, as tartarugas começaram a morrer. A situação ficou tão crítica, que chegou ao ponto de não ter nenhuma outra alternativa. A medida extrema de dizimar milhares de cabras foi tomada para salvar a população cada vez menor de tartarugas que viviam no arquipélago. Entenda melhor como foi colocado em prática o plano de guerra contra as cabras.

As tartarugas

Charles Darwin chamou as ilhas de Galápagos de um “pequeno mundo dentro de si”. E de fato, o arquipélago abriga uma diversidade enorme de fauna e flora. Não tem como imaginar as ilhas de Galápagos sem as gigantescas tartarugas que vivem lá.

No entanto, teve uma época em que esses animais tão importantes da ilha, estavam sob ameaça de desaparecer para sempre. E para salvar as tartarugas de Galápagos, foi necessária uma medida extrema, que incluía o extermínio de milhares de outros animais.

As enormes tartarugas de Galápagos estão espalhadas pelas ilhas como pedras vidas. Elas podem pesar mais de 230 kg, a maioria vive mais de 100 anos, com algumas ultrapassando os 150 anos de idade. Para se ter uma ideia da importância das tartarugas, as próprias ilhas foram nomeadas em homenagem a esses animais. Em espanhol, galápagos significa tartaruga.

No final do século 20, as tartarugas estavam avançando rumo a extinção completa. Em 150 anos, a população dessas tartarugas gigantes caiu de 100 mil para cerca de 15 mil. E o que estava causando essa diminuição do número de tartarugas era uma ameaça inesperada: as cabras.

O projeto Isabela

Trazidas por exploradores, baleeiros e piratas, as cabras desembarcaram em Galápagos nos séculos XVI e XVII. Como já era de se esperar, com o tempo, elas foram se multiplicando, e na década de 1990, cerca de 250 mil cabras viviam nas ilhas. E foi quando se perceberam o problema. As cabras comeram toda a vegetação da ilha e assim, as tartarugas ficaram expostas e começaram a morrer.

Ambientalistas e biólogos evolucionistas então começaram a pensar em formas de salvar as tartarugas da devastação das cabras. Surgiram algumas opções selvagens, como a implantação de leões nas ilhas para devorar a população de cabras. Mas por fim, a melhor solução encontrada foi o abate total desses animais.

Depois de anos de muita discussão e planejamento, a Galápagos Conservancy deu início ao Projeto Isabela, que consistiu em uma erradicação sistêmica de todas as cabras, porcos selvagens e burros nas ilhas.

O abate começou com uma caçada na terra, mas acabou se expandindo quando uma equipe de pilotos de helicóptero e atiradores de elite da Nova Zelândia se juntaram a missão.

Cerca de 90% das cabras das ilhas foram exterminadas no primeiro ano de caça aérea. E a medida surtiu efeito. A partir de 2006, as principais ilhas foram “declaradas livres de todos os grandes mamíferos introduzidos no território”. Hoje, as 250 mil cabras desapareceram das ilhas e a vegetação se reergueu, assim como as tartarugas.

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