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O que aconteceria se você nunca mais se levantasse da cama?

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Seja por causa de uma ressaca, por culpa da chegada de uma segunda-feira ou porque você está acordando cedo demais, sair da cama pode parecer uma ideia terrível. A cama é um refúgio de conforto e segurança que ainda nos permite estar descansado e livre das dores que acumulamos ao longo do dia. Por conta disso, é natural que vez ou outra a gente tenha um pensamento bem recorrente: e se eu nunca mais me levantasse daqui?

Apesar da opção parecer atraente, nós precisamos analisar um pouco do funcionamento do corpo humano e contar a resposta de especialistas. Para entender os efeitos do descanso prolongado, vamos contar com a explicação de Alan Hedge, professor do Departamento de Design e Análise de Ambientes em Cornell.

Antes mesmo de começar, já é possível dar um diagnóstico simples e direto: ficar deitado por muito tempo pode causar tanto descanso que pode até mesmo te matar.

Dentro de apenas algumas horas, a redução do volume de atividade física e a atuação das força da gravidade vai afetar a circulação do sangue no seu corpo. Em algumas regiões, é possível que haja o desenvolvimento de trombose venosa profunda (TVP), um coágulo sanguíneo que pode se formar nas veias da parte inferior da perna ou do braço. Com pouco tempo, você também pode começar a sofrer com suor ou dores.

Mas os efeitos da trombose não irão te matar, pelo menos não de uma forma direta. O risco existe caso os coágulos se rompam e cheguem a seus pulmões. Ali, é possível que se desenvolva embolismo pulmonar, o que definitivamente é um problema fatal. “É como quando você está muito tempo num avião e não tem a habilidade de se levantar e se mover com facilidade, o que pode te colocar em risco”, explica o professor.

Porém, o desenvolvimento de trombose é apenas uma possibilidade, então vamos supor que você fique livre desse problema e continue a aproveitar o seu descanso normalmente. Infelizmente, isso não significa que você está livre de problemas. Com o passar de alguns dias você vai começar a sentir fraqueza e seus músculos irão começar a se atrofiar. “Se você não está desafiando o seu corpo com exercícios ou em esforço contra a gravidade você começa a perder muita massa muscular.”

Enquanto os dias vão passando e se tornam semanas, os seus músculos estão ficando menores e seu próprio sangue se torna um potencial responsável por sua morte. Parece que não teria como ficar pior, certo? Errado.

Porque você não está lutando contras as forças da gravidade, seu corpo continua a sofrer. Depois de cerca de um mês sem se movimentar, seu corpo já começa a desistir. Normalmente os seus ossos estão sempre se reconstruindo. Enquanto células de ossos se quebram e liberam minerais no seu corpo, novas se formam para manter a força do esqueleto no corpo humano.

Um dos principais motivadores do processo é estresse colocado sobre ossos, que não se faz presente quando o corpo está num frequente estado de repouso. “A densidade óssea exige que a gravidade sempre desafie o seu corpo”, explica o professor Hedge. “Na falta disso, você começa a perder força nos ossos, então eles ficam mais frágeis.”

Mesmo que a situação já pareça ruim demais, ainda não é tudo. Enquanto o seu corpo vai perdendo todas as forças, a posição do seu corpo também pode ser responsável por restringir a quantidade de ar que passa por seus pulmões, limitando o oxigênio que chega ao cérebro. Com o tempo, isso começa a afetar a sua capacidade mental e você pode ficar menos esperto e atento ao ambiente ao seu redor.

Em resumo, ficar na cama seria péssimo para você, se realmente você parasse de se mover. Provavelmente teria dores pelo corpo, perderia metade da força de três a cinco semanas, seus ossos poderiam perder até 70% da massa, seu coração iria ficar com o ritmo alterado, seu sangue seria uma ameaça e você poderia sofrer com aumento de ansiedade ou desenvolvimento de pedras nos rins, por exemplo. Mas nem tudo está perdido!

A boa notícia é que se você está ao menos num nível moderado de saúde, é praticamente impossível ficar imóvel por vários dias seguidos, ou até mesmo por horas. De acordo com o professor Hedge, uma vez que você fica numa mesma posição por muito tempo, o seu corpo começa a forçar movimentos e mudanças de postura, exatamente para evitar esses efeitos colaterais.

Se você precisa passar muito tempo deitado ou até mesmo sentado, a sugestão é tentar levantar e se mover um pouco a cada 30 minutos para garantir a circulação de sangue e de oxigênio de forma natural. Será que é possível aplicar isso em sua vida?

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