Por 
Ditador era o título de um magistrado da Roma Antiga, apontado pelo senado romano, para governar o Estado em tempo de emergências. No sentido moderno, refere-se a um governante absolutista ou autocrático, que assume solitariamente o poder sobre o Estado.
Saddam Hussein foi uma das lideranças políticas mais importantes do mundo árabe, e um dos ditadores mais sanguinários e odiados de toda a história. Ele foi presidente do Iraque, de 1979 até o ano de 2005, quando foi deposto.
Em 2006, na madrugada do dia 30 de dezembro, o ditador, que comandou o Iraque com mãos de ferro, era enforcado. Esse dia também é o primeiro do Aid Al-Adha, que é a festa mais importante do calendário muçulmano.
Atualmente, o mausoléu, que abriga o túmulo de Saddam Hussein, na cidade natal do ditador Auya, é um monte de ruínas. E uma dúvida que todos têm é: onde estão os restos mortais do ditador que, se vivo, estivesse faria 81 anos?
No dia em que Saddam Hussein foi enforcado, sua morte foi celebrada pelos xiitas. Mas para os sunitas, era uma verdadeira humilhação, ainda mais para os que moravam na cidade natal do ditador.
O presidente dos EUA na época, George W. Bush, aprovou que um helicóptero americano levasse o corpo de Saddam, de Bagdá para Tikrit. E o xeque Manaf Ali al-Nida, alto dignitário da tribo dos Abu Nasser, da qual Saddam fazia parte, houve uma carta que a família do ditador teve que assinar.
Enterro
O documento era o comprometimento da família de Saddam, em enterrá-lo na mesma noite e “sem demora”, em Auya. O ex-presidente então foi enterrado no mausoléu, que tinha sido construído em vida. A construção ocorreu quando ele era visto por alguns iraquianos como “adorado ditador”.
Depois de um tempo, o mausoléu virou um lugar de culto, feito pelos partidários de Saddam. “Tinha excursão escolar, e poetas que vinham declamar seus versos diante do túmulo”, contou à Jaafar al-Garaui, que é encarregado da segurança do Hashd al-Shaabi. Ele é uma unidade paramilitar, criada pela alta autoridade xiita do Iraque, para lutar contra os extremistas.
Mas atualmente, desse antigo lugar de culto, só restam ruínas que só se têm acesso com uma autorização especial. Além da destruição do mausoléu, seu entorno também foi destruído. Onde estavam as tumbas dos filhos do ditador, Udai e Qusaim, e do seu neto. Eles foram mortos, em 2003, por americanos.
O Hashsd tem a guarda do mausoléu e diz que ele foi destruído pela aviação do Iraque. De acordo com as autoridades do grupo, extremistas do Estado Islâmico foram até Auya, em 2014, e colocaram franco-atiradores nos telhados. Eles atacavam as forças iraquianas, que tentavam tirar eles de lá.
Mas o xeque Al-Nida não acredita nessa versão, mesmo ele tendo sido obrigado a ir embora de Auya. contra a sua vontade. “O túmulo foi aberto e, depois, dinamitado”, afirmou.
O xeque disse que, desde 2003, quando Saddam caiu, eles sofrem opressão por serem parentes dele. “É normal que paguemos esse preço, por sermos da mesma família?”, lamenta.
Mistério
E mesmo depois de morto, Saddam Hussein ainda continua sendo um tópico de controvérsia. Seu cadáver ainda está em sua cidade natal? O corpo foi exumado antes do mausoléu ser destruído? Com quem estão os restos mortais? Para o Hashd, o corpo continua lá.
Um combatente diz que “segundo alguns, a filha de Saddam Hussein, Hala, veio de jato particular até Auya e levou o corpo do pai para a Jordânia”. Ela está exilada no país.
Mas um especialista, que estuda a ascensão e queda de Saddam, disse que o corpo não está mais no mausoléu. “Foi levado para um lugar secreto, e ninguém sabe quem fez isso, nem onde está”, disse.
Comentários