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O que aconteceu com quem resolveu injetar desinfetante para tratar a Covid-19?

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Em uma entrevista coletiva diária, na última quinta-feira (23/04), o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu a injeção de desinfetante para tratar a Covid-19. Mesmo com o país tendo quase 50 mil mortes confirmadas, a afirmação foi extremamente criticada. Até porque, não há nenhum fundamento científico no método. Contudo, mesmo que possa parecer uma “piada”, muitas pessoas podem ter levado a sério o pronunciamento do presidente. Afinal, o que aconteceu com quem resolveu injetar desinfetante para tratar a Covid-19?

Antes de tudo, precisamos esclarecer que os produtos são feitos para uso externo. Mas rumores infundados levam algumas pessoas a utilizá-los internamente. Desse modo, segundo Donald Trump, ele teria orientado Bill Bryan, subsecretário de segurança nacional para ciência e tecnologia no governo dos EUA, a experimentar se os desinfetantes poderiam eliminar o vírus dentro do organismo humano.

Esses produtos são potencialmente fatais para seres humanos

Segundo Donald Trump, ele estava sendo irônico. No entanto, em um momento como esse, há um número incontável de pessoas que está em pânico com o avanço da Covid-19. Dessa forma, há o risco de que uma sugestão de uma autoridade, mesmo que feita em forma de piada, seja seguida à risca, mesmo que ela pareça extremamente absurda e vá contra o bom senso.

Em menos de 24 horas seguidas da declaração, o centro de envenenamento de Nova York recebeu 30 chamadas relacionadas à intoxicação por desinfetantes, alvejantes e outros produtos de limpeza.

Após a declaração, Stephen Hahn, comissário da Administração de Remédios e Alimentos (FDA), órgão federal responsável pela regulação dos medicamentos nos EUA, foi um dos primeiros a pedir para que as pessoas não sigam as orientações. “Não queremos que pessoas tentem resolver sozinhas qualquer problema. E não, eu nunca recomendaria a ingestão de desinfetante”, afirmou Hahn.

Caso alguém ingerisse desinfetas por via oral, uma série de outros problemas te matariam antes de matar o vírus. Entre os riscos, podemos citar a corrosão do trato gastrointestinal, o que por si só já pode levar ao sangramento interno, seguido de morte do paciente. Em outras situações, caso o paciente sobreviva, ele pode passar a viver com um mal funcionamento dos órgãos. Assim, mesmo que não imediatamente, isso também pode levar a morte.

Você estaria morto muito antes do vírus morrer

Em um estudo recente, é possível encontrar o caso de um paciente que injetou desinfetante em seu próprio corpo. Após o ocorrido, o paciente desenvolveu complicações renais. Isso fez com que sua urina ficasse preta. Em outro caso, um paciente desenvolveu coágulos no corpo, que é considerada uma complicação letal.

Caso a água sanitária entre diretamente na corrente sanguínea, o paciente pode sofrer de hemólise. Isso significa que os glóbulos vermelhos do seu sangue, responsável pela distribuição do oxigênio pelo corpo, são destruídos. Dessa forma, isso se torna fatal para o paciente. Do mesmo modo, os rins que possuem a função de filtrar o sangue, também seriam colocados em contato direto com o produto, proporcionando assim, um alto risco de falha renal.

Ainda em seu comunicado, Trump também sugeriu de “trazer a luz [ultravioleta] para dentro do corpo”. De toda forma, não há dúvidas de sua ação desinfetante. Mas, novamente, ela deve ser usada em superfícies externas. Por exemplo, basta lembrar que todo filtro solar deve conter proteção contra esses mesmos raios. Isso porque, ao entrar em contato com células humanas, elas são danificadas. Não é à toda que a desinfecção com raios ultravioleta requer que todas as pessoas saiam do ambiente antes da aplicação.

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