Ciência e Tecnologia

O que as mulheres do passado faziam para aumentar as medidas antes do silicone?

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De acordo com o último relatório internacional divulgado em 2013, pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, sobre os números de cirurgia plástica no mundo, o Brasil é recordista em procedimentos cirúrgicos, ficando a frente inclusive, de países como os Estados Unidos. No volume total, os EUA lideram a lista apenas quando considerado procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos. À parte isso, considerando apenas os procedimentos invasivos, o Brasil surpreendentemente fica em primeiro lugar.

De todas as cirurgias mais realizadas no país, a líder é a lipoaspiração. Em segunda colocada ficam as famosas próteses mamárias. Entre as cirurgias mais populares a mamoplastia de aumento lidera o ranking com larga folga. Ou seja, o aumento dos seios continua sendo um dos procedimentos mais pedidos em todo o mundo.

Padrões estéticos

A beleza sempre foi e continua sendo um índice de sucesso na vida das pessoas. A confiança, a satisfação individual e a cobrança dos padrões estéticos acentuam o crescimento desse mercado. Na China, por exemplo, a altura de uma pessoa determina o salário que ela pode vir a conseguir no futuro. Vagas de emprego no país especificam contratações baseadas na altura dos candidatos. Justamente por isso, as cirurgias de crescimento são tão populares na China.

No Brasil, o padrão de beleza está associado à voluptuosidade. Bumbuns e seios avantajados são uma espécie de identidade, quase que cultural. A insatisfação de mulheres que não se reconhecem ou não recebem a mesma atenção quando desprovidas dessas “qualidades” físicas, faz com que elas busquem cada vez, as cirurgias. Incluindo a de aumento dos seios.

Silicone

Parece difícil pensar em um período da história em que não haviam as infinitas possibilidades estéticas que o mercado da plástica oferece atualmente. Para mudar algo que incomoda em seu corpo, basta dinheiro, um pouco de coragem e um bom médico capaz de corrigir ou melhorar aspectos corporais insatisfatórios.

Mas você consegue imaginar como funcionava esse procedimento estético antes da invenção do silicone?

Primórdios

O célebre cirurgião Vicenz Czerny é o responsável pelo primeiro aumento mamário documento na história, em 1895, na Alemanha.

O cirurgião realizou uma operação para retirar um tumor na mama de uma mulher de 41 anos. A paciente questionou o médico sobre a desigualdade entre os seios após o procedimento. Czerny, conhecido por ser um visionário que corria riscos, decidiu encontrar uma maneira para equilibrar o visual da jovem.

Um outro tumor de gordura foi localizado na região lombar da mesma paciente. O que o médico fez? Tirou esse tumor e reimplantou no espaço vazio deixado pela retirada do tumor de uma das mamas. Parece loucura, mas para os padrões da época, foi uma cirurgia sofisticada, retirar parte de um tecido e recolocá-lo em outro local.

Imitadores do médico tentaram copiar o feito, injetando todo tipo de substâncias danosas e até objetos na região mamária de mulheres. Parafina, bolas de vidro, mármore, lã, esponjas. Para esses médicos lunáticos não haviam limites de ética e cuidado com o paciente. E os efeitos pós-operatórios não poderiam ser piores.

Inúmeras mulheres sofreram com infecções, necrose na pele, embolias pulmonares, granulomas, problemas no fígado, e até a morte.

Na Segunda Guerra Mundial, as japonesas para “segurar” os militares americanos no país, injetaram silicone industrial diretamente nos seios, sem nenhuma proteção plástica ao redor da substância, e acabaram com o efeito colateral conhecido como “silicone podre”, onde a área ao redor do seio acabava gangrenando. Foi a primeira vez que a substância foi utilizada com a intenção de aumentar a região mamária.

Anos 50

Com o fim da guerra e a partir da década de 50, Hollywood projetou para o mundo o padrão de beleza de mulheres com seios fartos. Marilyn Monroe roubava a cena e os suspiros nas telas de cinema. A boneca Barbie tinhas sido recém-lançada no mercado. A revista Playboy saía das bancas como se fosse água. Tudo isso e outros fatores contribuíram para o esterótipo da beleza feminina associada ao tamanho dos seios.

Os primeiros testes realizados com implantes de silicone aconteceram nos Estados Unidos, em uma cadela de nome “Esmeralda”. A primeira mulher no mundo a receber implantes de silicone foi a americana Timmie Jean Lindsey, no hospital Jefferson Davis, em Houston, Texas, em 1962.

Inspiração inusitada

A ideia do material nasceu de um fato inusitado. “Frank Gerow apertou uma bolsa plástica com sangue e observou o quanto isso se parecia com um seio de uma mulher”, revela Teresa Riordan, autora do livro Inventing Beauty: A History of the Innovations that have Made Us Beautiful (“A Invenção da Beleza: Uma História das Inovações que nos Tornaram Belas”).

“E aí ele teve aquele momento de ‘eureka’, quando concebeu a ideia do primeiro implante mamário”, ela explica, em reportagem para a BBC.

“Nos primeiros anos, tínhamos apenas quatro possibilidades de tamanho – grande, médio, pequeno e petite. Agora temos mais de 450”, explica Thomas Biggs, cirurgião que participou dos primeiros testes do silicone na cadela, em 1962.

Desde então, o silicone foi aperfeiçoado, assim como a cirurgias que contam com imagens 3D, e novos tamanhos de próteses. E assim segue o mercado dos implantes mamários, recordista e cada vez mais popular em números de cirurgias plásticas no Brasil e no mundo.

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