Natureza

O que é uma cabeça d’água e como ela matou 5 pessoas em Minas Gerais?

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Nesta quarta-feira, 01, na cidade de Guapé, em Minas Gerais, cinco pessoas morreram, após uma cabeça d’água atingir um complexo de cachoeiras. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros local.

Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas estavam na região da cachoeira, quando a enxurrada chegou. Com a enxurrada, o nível das águas subiu rapidamente. Até o momento, quatro corpos foram retirados do local, que é de difícil acesso. Os bombeiros ainda não encontraram o outro corpo.

De acordo com o portal Jovem Pan, três das vítimas, identificadas como Émerson Magalhães Couto, Áurea Carvalho Magalhães e Dafne Carvalho de Magalhães Couto, eram da mesma família. O complexo de cachoeiras, no qual as vitimas estavam, fica no Parque Ecológico do Paredão.

O local é um dos destinos turísticos de Guapé, que fica no sul de Minas, na região de Furnas.

Tromba d’água e cabeça d’água são fenômenos naturais diferentes

Para muitos, tromba d’água e cabeça d’água são a mesma coisa. Mas não é verdade. Ambos são distintos e oferecem riscos distintos. A única semelhança, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é que ambos ocorrem com maior frequência no verão. O motivo? Ocorrência de tempestades.

Segundo o meteorologista, Diogo Arsego, do Cptec/Inpe, é difícil prever a ocorrência de ambos os fenômenos. “Eles estão associados às fortes pancadas de chuva, que são características da estação, mesmo que localmente ou em regiões isoladas. E como todos os anos, acabam se repetindo”, explica.

Então, qual a diferença? A tromba d’água se assemelha a um tornado, porém, com menor intensidade. Além disso, ocorre sobre superfícies líquidas, como mar ou rio. “A formação do funil pode ser observada. Os sinais que antecedem estão entre a intensidade dos ventos e a formação de nuvens de tempestade. Nesse caso, as pessoas que estão no mar devem ficar em alerta. O risco maior, entretanto, está associado à navegação. Embarcações menores correm o risco de ter alguma incidente ao se aproximarem ou ficarem no trajeto”, diz Arsego.

Agora, a cabeça d’água acontece em rios. Geralmente, quando há repentino aumento do nível de água. Segundo Arsego, ocorre a partir da intensidade de chuvas da cabeceira ou em regiões mais elevadas. É exatamente isso que influencia o percurso de deságue.

“Quando chove muito na cabeceira do rio, a tendência natural é o volume de a água aumentar ao longo do percurso e de maneira abrupta. Não necessariamente precisa chover onde estão os banhistas, mas sim nas áreas acima. A mudança na intensidade da correnteza, a agitação, além da mudança de coloração da água são sinais que a antecedem”, esclarece o meteorologista.

Cuidados

De acordo com o tenente Roberto Morais Ribeiro, do Corpo de Bombeiros de Passos (MG), quando se visita locais em que os fenômenos podem ocorrer, é preciso ficar atento a certos sinais. A presença de nuvens na parte alta dos rios é um deles.

“Se o clima está fechado lá em cima, mesmo que embaixo faça sol, já há grandes possibilidades de chegar uma tromba d’água”, afirma. Caso tal cenário seja constatado, o melhor a se fazer, segundo o tenente, é deixar o rio imediatamente.

Em entrevista à BBC, o tenente explicou também que, às vezes, instantes antes de sua chegada, é possível ouvir o barulho causado pela tromba d’água. Além disso, a presença de folhas secas ou outros materiais flutuantes no rio é outro indício de que uma cabeça d’água possa estar a caminho.

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