História

O que era o ”Livro Negro” do Nazismo, que perseguiu até os mortos?

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Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a Grã-Bretanha era, como todos sabemos, um dos territórios que os Nazistas planejavam dominar. O que poucos sabem é que, como parte do planejamento que envolvia a invasão, os nazistas criaram uma lista secreta de residentes britânicos, que deveriam ser presos.

As prisões, para quem não se lembra, seriam executadas pela Gestapo, um acrônimo, em alemão, de Geheime Staatspolizei, que significa “polícia secreta do Estado”. A lista, após a guerra, ficou conhecida como O Livro Negro.

A lista

A batalha, entre a Grã-Bretanha e a Alemanha, teve cinco fases bem distintas. Independente de como foi cada uma delas, Hitler percebeu que a Inglaterra não se renderia. Em contrapartida, nesse momento, a lista já havia sido criada. Afinal, o ditador nazista presumiu que a Alemanha sairia vitoriosa.

Com o nome de 2.820 pessoas, o Sonderfahndungsliste GB, ou Lista Especial de Pesquisas da Grã-Bretanha, foi preparado pelo Escritório Principal de Segurança do Reich, que, na época, estava sob direção de Reinhard Heydrich. Nela, estavam incluídos cidadãos britânicos e exilados europeus.

O nomes, que configuravam ali, eram os principais alvos da Gestapo. Todos, sem exceção, deveriam ser imediatamente presos, após a invasão, ocupação e anexação da Grã-Bretanha, ao Terceiro Reich. De acordo com relatos históricos, essa era apenas uma das listas existentes. Ou seja, havia mais.

Diversas outras listas semelhantes foram elaboradas. Havia uma para a URSS, a França, a Polônia, etc.

Nomes

Os nomes estavam impressos no apêndice de um livro maior, o Informationsheft Grossbritannien. Este livro, basicamente, nomeava instituições anti-nazistas. Todas elas eram consideradas potencialmente perigosas. Dentre os estabelecimentos, havia lojas maçônicas, a Igreja da Inglaterra e até escoteiros.

Com 104 páginas, os nomes foram organizados em ordem alfabética e divididas, em duas seções: Lista de Procurados e Lista de Procurados Especiais. A lista também mostrava os crimes cometidos e quem especificamente esteve envolvido. Além disso, ao lado de cada nome, havia o número.

De acordo com o documento, o número era referente ao Escritório Principal de Segurança do Reich ao qual a pessoa deveria ser entregue. Como dissemos logo acima, a maioria das pessoas listadas ficaram sob custódia da Gestapo. Entretanto, Winston Churchill, um dos nomes listados, era uma exceção. Churchill seria colocado, sob custódia da Inteligência Estrangeira.

Mesmo que a primeira vista, o documento demonstra ter sido elaborado com total perfeição, a lista, segundo especialistas, tinha alguns erros significativos. O mais significativo deles foi incluir pessoas já falecidas, como por exemplo, Lytton Strache. Strache, contudo, morreu em 1932.

Além disso, havia também pessoas que não estavam mais no Reino Unido, como Paul Robeson. Robeson voltou para os Estados Unidos, em 1939. Alguns nomes também foram omitidos, como o de George Bernard Shaw.

Bernard Shaw foi um dos poucos escritores de língua inglesa, que teve trabalhos publicados e apresentados, na Alemanha nazista. O escritor, provavelmente, era um dos alvos dos nazistas. Havia outros nomes de destaque e que, por sinal, muitos de nós conhecemos. Winston Churchill, o primeiro-ministro, estava ali. Sigmund Freud, fundador judeu da psicanálise, assim como Virginia Woolf, romancista e ensaísta.

A lista foi descoberta em Berlim, em setembro de 1945, no final da guerra. Posteriormente, depois de muitas investigações, é que veio a público.

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