História

O que existe na versão sem censura do Diário de Anne Frank?

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“O diário de Anne Frank” é uma das maiores, se não a maior obra literária sobre o Holocausto. Escrito pela jovem judia, o livro é um relato doloroso do que foi o terrível genocídio de seis milhões de judeus cometido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

O diário da jovem Anne Frank foi declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura patrimônio da humanidade. Anne morreu em 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha. Ela deixou duas versões do seu diário que foram publicadas com retoques do seu pai, único membro da sua família a sobreviver ao campo de concentração. No entanto, Otto Frank havia censurado cinco páginas do diário original de Anne. Porque segundo ele, temia que as revelações da sua filha pudessem causar um escândalo na época. Mas, 60 anos depois, finalmente o mundo poderá ler o diário de Anne Frank completo e sem censura.

O diário

Anne começou a escrever no seu diário no dia 12 de junho de 1942, quando completou 13 anos de idade. A garota judia registrou o seu dia-a-dia vivendo no sótão de uma casa, se escondendo dos nazistas junto a sua família, durante 2 anos. A sua última inscrição, feita no dia 1° de agosto de 1944. Apenas três dias antes dos nazistas encontrarem ela e sua família em seu esconderijo em Amsterdã. A primeira anotação do diário diz o seguinte: “Espero que te possa confiar tudo a ti; o que, até agora, nunca pude fazer a ninguém”.

“O Diário de Anne Frank” foi escrito originalmente em holandês. Mas posteriormente foi traduzido para 55 idiomas, tornando-se um dos principais documentos da época nazista. Ela deixou duas versões do seu diário.

A primeira versão, a qual ela começou a escrever de forma espontânea durante o seu período de exilio foi chamada de versão A. Posteriormente, ela escutou através do rádio uma chamada para documentar o sofrimento dos judeus, e então reescreveu parte do texto, na esperança de que fosse publicado depois da guerra. Essa foi a chamada versão B.

Depois da sua morte, o seu pai, Otto Frank fez uma terceira verão. Essa que decidiu retirar algumas passagens relacionadas as crises típicas da puberdade, ou seja, censurando o diário original. E uma nova edição publicada em maio desse ano, inclui as duas versões, A e B.

Censura

Com o lançamento dessa nova versão, vem também uma nova imagem de Anne Frank. “Muda muito pois emerge uma imagem mais completa e complexa de Anne Frank. Uma imagem íntegra de uma garota com todos os conflitos da adolescência. Essa adolescência toma uma dimensão mais complexa. Pode-se observar claramente através da leitura de seu diário como a guerra influi sobre a evolução da psique de uma jovem”, afirma Frediano Sessi, um dos maiores estudiosos da obra de Anne Frank.

E mais do que isso, Sessi acredita ainda que essa nova versão é fundamental. Não só para entender Anne como os efeitos da guerra e do nazismo na Europa. Sobre a censura do pai de Anne ao diário, Sessi justifica, que ele fez o que o muitos fariam no seu lugar. “O pai de Anne fez o que teriam feito muitos pais ao omitir algumas páginas do diário que poderiam dar uma impressão distorcida da família.”

E você, irá ler essa nova versão? Conta para a gente nos comentários e compartilhe com os seus amigos.

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