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O que o policial negro, que se infiltrou na Ku Klux Klan, descobriu?

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Para quem não sabe, a Ku Klux Klan é uma organização terrorista que surgiu no século XIX. Ela ficou marcada como a maior organização racista dos Estados Unidos. Conhecida por usar uma roupa branca estranha, eles promovem atos de violência contra negros, judeus, asiáticos e etc. Tudo isso para promover a supremacia branca. Na década de 1920, a KKK como é conhecida, chegou a ter quatro milhões de membros registrados. obviamente todos brancos. Mas em certo ponto da história, eles foram enganados e tiveram um policial negro infiltrado em sua organização por sete meses.

Era uma fase de ascensão da KKK, e sem perceber, eles permitiram um negro adentrar a sua organização racista. Em outubro de 1978, eles receberam a ligação de um homem interessando em se filiar à sua organização. Esse homem era Ron Stallworth, um detetive negro da Unidade de Inteligência do Departamento de Polícia de Colorado Springs. Enganar os membros da organização para entrar não foi muito difícil. A sua maior missão foi manter o seu disfarce por tanto tempo. Essa foi a jornada insana da vida do detetive Stallworth.

Membro do Ku Klux Klan

Ron Stallworth se tornou o primeiro cadete negro, de um programa especial de grupos minoritários do departamento de polícia de Colorado Springs. Logo que entrou, ele mostrou interesse pelo serviço secreto. Ron teve a sua chance de trabalhar disfarçado, pela primeira vez, para um ativista dos Panteras Negras. Depois do trabalho bem sucedido, ele foi designado para trabalhar na seção de inteligência do seu departamento.

Foi nessa época, que ele recebeu a missão mais desafiadora de sua carreira. Em 1978, ele viu um anúncio, no jornal local, procurando membros para um novo trabalho na KKK. Procurando saber mais sobre a veracidade do anúncio, ele escreveu uma carta para a organização, sob o disfarce de um homem branco. Para ser mais convincente, ele encheu a carta com um discurso de ódio contra negros, judeus, mexicanos e asiáticos. Na carta, o detetive ainda pontuou que estava pronto, para escrever uma nova história em seu país.

Uma semana depois, eles morderam a isca. Ron recebeu uma ligação do organizador local do grupo supremacista. Ele teria dito, ao policial disfarçado, que ele era exatamente o que eles precisavam no momento, e assim, Ron estava dentro do plano. No entanto, havia um problema: ele não poderia comparecer às reuniões, pessoalmente, por uma questão muito óbvia. Afinal, ele era negro. Nessa parte da investigação, ele contou com a ajuda de um colega policial, para atuar como a sua versão branca e se apresentar formalmente à organização.

Fim da investigação

David Duke, um dos principais líderes da organização, nunca descobriu a verdadeira identidade de Ron. Mas a investigação chegou ao fim, por um motivo diferente. O KKK gostou tanto de Ron, que pediu que ele fosse seu novo organizador, e acharam que ele seria o homem perfeito, para o trabalho. Isso tudo porque ele se provou ser um “klasman” leal e dedicado.

E, de fato, Ron estava pronto para aceitar a proposta e ir mais afundo na investigação, porém, o chefe de seu departamento ficou com medo das consequências e solicitou que a operação fosse encerrada. Ron parou de atender as ligações do grupo, e teve que mudar de número e acabar com todos os relatórios.

E ele fez quase tudo isso, quando encerrou a investigação, e só não destruiu os relatórios que fez durante os sete meses da investigação. Inclusive, tudo isso foi mantido, em detalhes, em seus cadernos de anotação. Anotações essas que foram usadas em um livro, publicado por ele, em 2014, “Infiltrado na Klan”, que relata a sua experiência dentro da organização. O livro foi até adaptado para o cinema como o filme de mesmo nome, lançado em 2018.

Em entrevista posterior, o policial Ron disse que os Estados Unidos se tornaram mais racistas, em vários aspectos, desde que ele saiu do KKK. E afirma ainda sentir pena de David Duke, que segundo ele, perdeu muita relevância nos dias de hoje.

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