História

O que os russos que vieram para o Brasil tem a dizer sobre os 100 anos da Revolução Russa

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Muitos russos fugiram de seu país na época da revolução bolchevique. O que poucas pessoas sabem é que o Brasil é um dos países que possuem a maior população de descendentes russos do mundo. Muitas dessas família guardam lembranças muito negativas da União Soviética. Isso se deve pelo fato de muitas pessoas terem perdido diversos entes queridos durando o processo revolucionário e ao longo do regime estalinista. Muito se fale sobre o socialismo russo, mas o que essas pessoas que tiveram uma maior proximidade com esse período tem a dizer?

A Fatos Desconhecidos traz um pedacinho desses relatos nessa matéria sobre os 100 anos da Revolução Russa. Revolução que marcou e ainda influencia diversos pensamentos. O que os russos que vieram para o Brasil fugidos tem a dizer sobre os 100 anos da Revolução Russa?

A revolução russa

Em 1917 o Czar Russo renuncia e um governo provisório assume a posição. Muitos camponeses e operários não estavam satisfeitos e reivindicavam terra e salários melhores. O porta-voz dessas reivindicações eram os bolcheviques e alguns grupos viam o mesmo como a solução para os problemas do país.  Apoiado pelos Sovietes e milícias populares, Lênin toma a capital e obriga o governo provisório a se dissolver.

Cria-se então um estado que desapropria as propriedades da igreja, nobreza e da burguesia para assim serem ‘distribuídos’ para o povo russo. Todavia, onde havia antes um movimento igualitário foi se transformando cada vez mais em autoritarismo. O que foi antes um movimento que seria para o povo, foi se afastando cada vez mais das ideias propostas por Karl Marx.

A fuga do inverno vermelho

Anatóli Chnee, ex-tenente e ajudante do general do exército branco, Piotr Nikolaevich Wrangel, lutavam a favor da contra-revolução. Wrangel, prevendo uma possível vitória por parte dos bolcheviques, atribuiu a missão a Anatóli de conseguir embarcações para que fugissem do país. O ex-tenente então confisca 126 navios e embarca vários soldados e suas famílias. Aqueles que conseguiram fugir do país, navegaram até águas estrangeiras e se estabeleceram em Gallipoli na Turquia.

Em 1922, ao fim da guerra civil Russa é criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). “Meu pai teve três irmãos. Todos eles foram fuzilados por ordem de Josef Stálin. Se não tivesse fugido da Rússia, em 1921, teria tido o mesmo fim”. Conta Igor Chnee, filho de Anatóli Chnee e um dos 1,8 milhões de descendentes russos que hoje moram no Brasil.

Novo Lar

Dois navios, Provence e Aquitaine, trouxeram cerca de 200 russos ao porto de Santos. Como já foi dito, muitos descendentes russos vivem no país. Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Paraná são os estados com maior concentração desses imigrantes e seus descendentes.

Igor Chnee comenta que a Revolução foi uma “desgraça” para seu país. Ele diz que pessoas foram niveladas por baixo, transformando todos em pobres. Essa opinião é compartilhada não somente por Chnee, Tatiana Leskova, de 94 anos comenta que sua avó via Lênin e Stalin como a “própria encarnação do demônio”.

“Todos os homens da família, tanto do lado da minha mãe, Helena, quanto do meu pai, Yuri, foram mortos pelo Exército Vermelho. Não sobrou ninguém para contar a história.”, destacou Leskova. Ela mesma não vê motivo para comemorar ao afirmar que a revolução russa destruiu sua família.  Em 1991 a União Soviética acaba com as reformas implantadas por Mikhail Gorbatchev, mas o legado dessa época ainda perdura até hoje na memória daqueles que sofreram com o regime ditatorial.

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