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O Vale da Morte da Rússia: onde a vida que entra, não sai mais

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A Península do Kamtchatka, localizada no extremo Oriente da Rússia, é uma região vulcânica. Ali, a neve cobre uma cadeia de montanhas eruptivas, que parecem não ter fim. O local é, extremamente bonito, e a vida animal é um tanto diversa. É possível encontrar de lebres a pássaros, de raposas até ursos.

Em contrapartida, em meio à tanta beleza, há também perigos mortais. Em um de seus vales menores, os animais que entram, não saem. O assassino, aqui, ao que parece, é um fantasma. Os cadáveres dos animais mortos são, naturalmente, preservados. Mas suas mortes, de fato, não revelam, nem vestígios de ferimentos e nem de doenças.

O vale

Há muitas histórias, não confirmadas, que ocorrem ali. Alguns afirmam, por exemplo, que cadáveres de animais são removidos, regularmente, do vale. Alguns dizem que oficiais militares soviéticos, após serem alertados sobre o que ocorria na região, chegaram a ir até lá, em um helicóptero, onde tiraram algumas amostras e partiram rapidamente. O que eles coletaram e o que eles descobriram, segue sendo um mistério.

Menos de 350.000 pessoas vivem na península de Kamchatka. Grandes porções da região carecem de estradas. Muitos dos vulcões, que existem ali, como por exemplo, Tolbachik e Sheveluch, estão ativos. A maior parte de Kamchatka, basicamente, é um deserto vulcânico. Além disso, é também Patrimônio Mundial da UNESCO.

Descoberto em 1941, pela geóloga Tatyana Ustinova e pelo cientista Anisifor Krupenin, o vale continua sendo um local que deixa todos intrigados. O Vale da Morte, uma fenda comparativamente quieta e diminuta, repleta de restos congelados de animais mortos e localizada perto de uma faixa superior do rio Geyzernaya dentro da península, é um lugar estritamente proibido.

Mas afinal, o que mata os animais?

O Vale da Morte é uma área relativamente pequena: tem apenas dois quilômetros de comprimento e 500 metros de largura. Vladimir Leonov, um vulcanologista do Instituto de Vulcanologia e Sismologia (IVS), da Rússia, identificou o que ocasionava a morte dos animais, em 1975. Ao visitar o lugar, o vulcanologista descobriu que o motivo poderia ser um fenômeno natural: um gás vulcânico.

Depois de fazer um estudo, realizado entre 1975 e 1983, os cientistas chegaram à conclusão de que Vladimir Leonov estava certo. Ali, os animais e os pássaros eram realmente mortos, pela alta concentração de gases que vinha do vulcão.

Esses gases, basicamente, são uma mistura mortal de sulfeto de hidrogênio, dióxido de carbono, dióxido de enxofre, dissulfureto de carbono e outros elementos, que se acumulam nas terras baixas do vale, sem quaisquer ventos, para dispersá-los. De maio até outubro, é quando mais mortes ocorrem. Nestes meses, o território se transforma em um assassino natural, já que a cobertura de neve derrete, liberando gases mortais.

As vítimas

As primeiras vítimas são as aves que bebem água no rio descongelado. Em seguida, as raposas, que chegam ao vale para caçar. Com o derretimento da neve, novos predadores são atraídos para local. Afinal, há mais vida. Por isso, depois das raposas, aparecem ursos, carcajus, etc.

Além de provocar a morte dos animais, os gases mortais também conservam os corpos dos animais mortos. As carcaças são preservados por um longo período, porque evitam a bactéria responsável pela decomposição. Desde que foi descoberto, corpos parcialmente podres de animais no vale, passaram a não ser algo tão fora do comum.

Mas por que os animais seguem visitando o lugar? Essa é uma das questões, que os cientistas ainda não conseguiram sanar. Há ainda uma outra hipótese. Por que os animais não fogem, quando começam a sentir os sintomas?

Há quem acredite que os elementos, nos gases do vale, possam causar uma paralisia parcial. Em contrapartida, tal fato ainda não foi comprovado. Os seres humanos, que visitam o lugar, são frequentemente atingidos por dores de cabeça, febre e fraqueza. Por isso, o Vale da Morte está fechado para visitas. Os turistas não podem entrar ali, apenas observar a distância.

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