A disponibilidade da oferta de acesso gratuito ao WhatsApp, YouTube e outros aplicativos, sem afetar o consumo da franquia de dados móveis, pode estar chegando ao fim.
Segundo informações divulgadas pelo Estadão no último sábado (8), operadoras como Claro, Vivo e TIM estão planejando reconsiderar a continuidade desse produto.
Conhecida como “zero rating”, essa estratégia de não cobrar pelos dados utilizados em determinados serviços tem atraído muitos clientes nos últimos anos.
Ela permite o acesso às redes sociais, aplicativos de mensagens e plataformas de áudio e vídeo sem desconto na franquia. No entanto, essa ação aparentemente se tornou um problema para as operadoras.
Isso porque o consumo de dados aumentou consideravelmente com a expansão do 4G e a tendência é que continue crescendo à medida que o 5G se espalha pelo país.
Enquanto isso, as empresas estão buscando maneiras de otimizar seus ganhos e investir na capacidade das redes, conforme destaca a publicação.
Outro fator que pode contribuir para essa mudança de planos é a discussão em torno do pagamento pelo uso das redes pelas grandes empresas de tecnologia.
Os serviços oferecidos por companhias como Google, Meta (anteriormente Facebook), Netflix e Amazon estão entre os que mais consomem dados.
Iniciativa equivocada
Durante sua participação no Painel Telebrasil Innovation no mês passado, o presidente do grupo Claro Brasil, José Felix, classificou o zero rating como uma “iniciativa equivocada”.
No entanto, o executivo acredita que ainda há tempo para revisar a estratégia da empresa. Atualmente, ela oferece o uso ilimitado do WhatsApp, Instagram, Waze, Facebook e TikTok em alguns planos.
No caso da Vivo, que disponibiliza o WhatsApp sem descontar da franquia em planos pré e pós-pagos, além de algumas opções com uso ilimitado do Waze, a suspensão dessa oferta está em análise.
De acordo com o vice-presidente de negócios da empresa, Alex Salgado, é necessário garantir a remuneração dos investimentos feitos na infraestrutura de rede.
A Tim, por sua vez, cuja oferta se baseia principalmente no acesso gratuito ao WhatsApp e Deezer em planos pré-pagos, e na inclusão do Instagram e outros serviços em opções pós-pagas, parece seguir a mesma linha de raciocínio.
A operadora também busca aumentar sua receita para garantir investimentos contínuos em suas redes móveis.
Acesso gratuito pago
Há previsões de que o acesso gratuito a aplicativos continue, porém por meio de planos mais caros, nos quais o consumidor pagaria por essa “internet gratuita”.
Essa abordagem permitiria às operadoras equilibrar os custos e garantir a sustentabilidade financeira dessa oferta.
Embora ainda não haja confirmações sobre como exatamente implementariam essa mudança, é uma possibilidade entre as demais ofertas.
Isso possibilita atender às necessidades das operadoras, ao mesmo tempo em que oferece aos usuários a conveniência de acesso aos aplicativos populares sem consumir sua franquia de dados móveis.
No entanto, os clientes e internautas já estão reagindo, especialmente pelo encerramento de planos sem cobrança. O acesso gratuito a aplicativos padrões é um dos atrativos nos planos pré-pagos, e encerrar isso comprometeria diversas fidelidades.
Outra alternativa é realizar parcerias com outras empresas, para tornar a contratação atrativa. Por exemplo, algumas empresas já anunciam planos com streamings, oferecendo desconto ou conta grátis, mas cobrando por apps como WhatsApp e Facebook.
Assim, vale esperar pela atualização das operadoras e como isso impactará o mercado de internet móvel no Brasil.
Fonte: Tecmundo
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