Pássaros têm ossos ocos, estruturas levíssimas e praticamente nenhuma força muscular se comparados aos mamíferos ou répteis, mas, para resolver isso, têm um mecanismo de defesa único: o voo. Apesar disso, algumas espécies, como o avestruz, não têm essa habilidade, e ter suas mãos transformadas em asas não ajuda. Por isso, métodos de defesa alternativo, como a capacidade de correr rapidamente ou de usar o bico para atacar, podem ser definitivas na sobrevivência. Confira aqui as técnicas mais exóticas de defesa de algumas aves:
Pitohui
Alimentando-se de besouros, conseguem acumular veneno no bico e penas, e apenas encostar neles pode causar formigamento, queimaduras e dormência. Para comê-lo, os nativos precisam retirar toda sua pele e penas com cuidado, afinal, o veneno é tão tóxico quanto o de sapos amazônicos.
Corujas escavadeiras
Podem tanto cavar seus ninhos quanto viver no de outros animais, e são obrigadas a deixar os filhotes sozinhos na hora de caçar. Como forma de sobreviver, os filhotes fazem um som que lembra o de uma cascavel, afastando predadores. A não ser, é claro, que esses predadores sejam surdos, como a própria cascavel.
Glaucidium brasilianum
Com uma dieta de pássaros, essa pequena coruja consegue matar pássaros com até 2x o seu tamanho, mas tem problemas quando pássaros pequenos se unem em grupos para atacá-la. Como mecanismo de defesa, tem um par de olhos falsos na parte de trás da cabeça, que faz com que os pássaros tentem atacá-la por outro lado: o dos seus olhos de verdade. Quando percebem a diferença, já é tarde demais.
Killdeer
Fazem seus ninhos no chão, o que tornaria seus ovos vulneráveis, se não fosse pela atuação digna de Oscar dos pais, que fingem estar com a asa quebrada ao ver predadores aproximando-se dos ninhos, fazendo piados desesperados e arrastando-se no chão. Depois de simular essa fraqueza, fazem com que os predadores os sigam até estarem longe o suficiente do ninho, então simplesmente voando e dando o fora.
Fulmar
Palavra nórdica para “gaivota fedendo carniça”, são famosas por seu cheiro ruim, que é tão forte que contamina até os ovos de seu ninho. Entretanto, esse cheiro nojento é que impede que predadores, como o homem, a comam, mas não impede que animais com um olfato pouco desenvolvido – como outras aves – alimentem-se delas.
Quando estão em perigo, vomitam uma gosma laranja nas penas de aves ou na pele de outros predadores, que impede que consigam se locomover. Os fulmares, entretanto, são imunes à própria gosma.
Hoopoe
Pássaro-símbolo de Israel, o Hoopoe tem uma glândula anal que produz uma substância nauseante, com a qual lambuza seu corpo inteiro para evitar que predadores se interessem pela vítima fedida. Além disso, o líquido é antibacteriano e protege o pássaro de doenças, enquanto os filhotes da ave se defendem de predadores esguichando fezes nos mesmos. Quanta classe.
Cuckoo da Eurásia
Põe seus ovos nos ninhos de outros pássaros, e quando os ovos eclodem, os filhotes matam os filhotes do pássaro original, eliminando a competição por comida. Para evitar que pássaros de tamanhos diferentes, geralmente menor, percebam o tamanho dos filhotes do Cuckoo, a adaptação evolutiva fez com que os Cuckoos mais parecidos com gaviões (que se alimentam de aves pequenas) prevalecessem, deixando a espécie com essa aparência de ave de rapina de mentira.
Hoatzin
Esse estranho pássaro come folhas e as digere através de bactérias em seu intestino, o que lhe dá um certo fedor característico. Mas sua técnica de defesa não é o cheiro, e sim a capacidade dos filhotes da espécie de nadar. Sim, pois os ninhos são feitos em árvores sobre rios, e, ao sinal de perigo, os pequenos mergulham até estarem a salvo. Enquanto são pequenos, têm garras nas asas (como dinossauros voadores tinham), que usam para escalar as árvores de volta.
Potoo
Também chamado de “Pássaro Fantasma”, esse animal bizarro tem hábitos noturnos e é ótimo em camuflagem, e durante o dia fica em tocos de árvores ou galhos sem se mover, sendo capaz de manter as pálpebras semicerradas e mesmo assim enxergar bem.
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