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Osso misterioso no coração de alguns chimpanzés trouxe grandes questões

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Os chimpanzés são os primatas do gênero Pan, da família Hominidae. Há duas espécies do gênero conhecida: os chimpanzés-comuns e os bonobos. Além do fato de serem nossos ancestrais, essas criaturas compartilham cerca de 99% de nosso DNA. E tem comportamento muitas vezes bem parecido com os da nossa espécie.

Por serem os parentes vivos mais próximos de nós estudá-los é uma coisa que desperta o interesse. Conforme os chimpanzés vão ficando mais velhos eles podem ir ficando com um coração mais duro. E isso não é em um sentido figurado.

De acordo com um estudo recente, um osso pequeno foi encontrado se formando no tecido cardíaco de vários chimpanzés. O tamanho dele, que em geral mede alguns milímetros, parece sofrer variações entre os indivíduos. Mas os pesquisadores dizem que, no geral, eles se parecem com os cordis, que é um tipo de osso do coração que é geralmente um cisto em grandes ruminantes, mas que também é visto em camelos e até em lontras.

Estudo

Até então, esse osso nunca tinha sido identificado nos chimpanzés e nem em nenhum outro macaco grande. Esse espanto fez com que a equipe de pesquisa especulasse também sobre a anatomia humana.

“A descoberta de um novo osso em uma nova espécie é um evento raro, especialmente em chimpanzés que têm uma anatomia semelhante à das pessoas. Isso levanta a questão de saber se algumas pessoas também poderiam ter um os cordis”, explicou o anatomista Catrin Rutland, do Universidade de Nottingham.

A análise da estrutura do esqueleto cardíaco de grandes símios foi feita pela primeira vez usando exames de alta resolução. Com a análise, os pesquisadores notaram as calcificações crescendo no coração de alguns chimpanzés.

Esse crescimento está ligado de forma intima com a díade. A fêmea mais velha do grupo, com 59 anos, tinha vários locais de endurecimento dentro dos grandes vasos do coração.

Com uma outra análise mais profunda, em níveis microscópicos, revelou que essas estruturas eram feitas,às vezes, de ossos. Mas às vezes elas eram cartilagens ou até mesmo dois tipos de tecido.

Pelo estudo ainda ser pequeno, é possível que essa característica seja somente uma peculiaridade anatômica entre alguns chimpanzés. Mas os pesquisadores têm seus motivos para achar que esse não é o caso.

Ossos

Em nós, essa mineralização do esqueleto cardíaco geralmente acontece por conta da idade e está  associada a doenças cardiovasculares. Mesmo que os chimpanzés não sejam tão propensos a terem problemas nas artérias coronárias quanto os humanos, as doenças cardíacas afetam quase 70% dos chimpanzés.

A doença cardíaca mais comum entre os chimpanzés é a fibrose miocárdica idiopática (FMI), e ela se caracteriza pelo acúmulo de tecido conjuntivo fibroso associado a arritmia.

Para esse estudo, a equipe avaliou 16 corações, e somente três chimpanzés não tiveram evidências de FMI nos seus corações. E todos os corações afetados tinham formação de ossos ou cartilagens e aumento do tecido conjuntivo nas proximidades.

“Nos sete corações restantes, foram detectadas áreas hiperdensas e compatíveis com áreas de mineralização ou formação óssea. A associação significativa entre a presença de um os cordis e altos níveis de FMI sugere que a presença de um os cordis nessa espécie pode ser um achado ou marcador patológico, e não uma característica anatômica”, concluíram os pesquisadores.

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