Ciência e Tecnologia

Pacientes curados do coronavírus desenvolvem potentes anticorpos contra a doença, segundo estudo

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Recentemente, uma pesquisa feita na China e publicada na Nature Medicine nos deu um pouco de esperança nesse momento tão difícil. Segundo a pesquisa, pacientes curados do coronavírus desenvolvem potentes anticorpos contra a doença.

De toda forma, isso não garante imunidade total contra a doença, mas já se mostra como um grande passo para diminuir a contaminação e até mesmo, no desenvolvimento de uma vacina.

Uma avanço para o desenvolvimento de anticorpos contra o vírus

Dentro do estudo, 285 pessoas que tiveram contato do o vírus foram analisadas. Em seguida os pesquisadores descobriram que todas elas desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus. Sendo assim, em alguns pacientes isso aconteceu após seis dias de sintomas e em outros, em cerca de 20 dias. Contudo, vale lembrar que ainda é cedo para afirmar que essa é uma imunidade total contra a doença.

Os anticorpos apresentados foram do tipo imunoglobulina G, que é bastante potente. Desse modo, ele garantiria a imunidade por mais tempo, no melhor dos casos, essa imunidade seria para a vida toda. Até o momento, o estudo tem sido encarado com otimismo pela medicina e antes disso, já esperamos que uma vacina para a doença esteja disponível.

Em um outro estudo conduzido por cientistas da Universidade Tsinghua, em Pequim, com a ajuda de especialistas do Terceiro Hospital Popular em Shenzhen, também na China, um grupo analisou oito pessoas infectadas pela Covid-19, mas que foram curadas da doenças. Com isso, o equipe isolou 206 anticorpos monoclonais. Isso aconteceu de vido à forte capacidade de se ligar ao novo coronavírus e suas proteínas.

Em seguida, novos testes foram realizados. Esses novas testes serviram para detectar se os anticorpos realmente podiam impedir que o vírus entrasse nas células humanas. Desse modo, entre os primeiros 20 anticorpos testados, quatro conseguiram bloquear a entrada viral. Desses, dois são considerados “extremamente bons” na função, segundo os cientistas.

Anticorpos que possuem uma ação eficaz

Assim, esses anticorpos interrompem uma ação essencial para que o vírus infecte células. “Eles impedem a interação entre o receptor-binding domain (RBD viral) e o receptor celular ACE2, interferindo, assim, na entrada viral”, explicaram os pesquisadores. Contudo, agora, a equipe está determinada em identificar os anticorpos mais poderosos entre os 206 separados. Depois disso, será possíveis combiná-los para potencializar forças na luta contra o novo coronavírus.

Caso os resultados sejam positivos, a equipe acredita que outros especialistas poderão produzir essas moléculas, aumentando o material a ser utilizado em novas pesquisas científicas. Segundo o líder do estudo, Linqi Zhang, é possível que os anticorpos estejam sendo testados em humanos dentro do período de seis meses. “A especifidade e as características dos anticorpos detectadas nessa investigação requerem uma análise mais aprofundada. No entanto, os diversos e potentes anticorpos neutralizantes identificados são candidatos promissores para intervenções profiláticas e terapêuticas em Sars-Cov-2”, afirmou Zhang.

Contudo, outros especialistas pedem um pouco mais de cuidado para esse tipo de abordagem. Isso porque, “há várias etapas que, agora, precisam ser seguidas antes que os anticorpos possam ser usados como tratamento para pacientes com coronavírus”, destacou, Ben Cowling, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Hong Kong. “Mas é realmente emocionante encontrar esses tratamentos em potencial e ter a chance de testá-los. Se conseguirmos encontrar mais candidatos, teremos um tratamento melhor”, completou o pesquisador.

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