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Para onde foram os sobreviventes do desastre de Pompeia?

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Um dos mais conhecidos desastres naturais da história foi a erupção do vulcão Vesúvio. Quando o Monte Vesúvio entrou em erupção em 24 de agosto de 79 d.C, a lava vulcânica, juntamente com a poeira e uma fumaça tóxica acabou cobrindo toda Pompeia, uma típica cidade romana, localizada na região de Nápoles, no sul da Itália. As cidades vizinhas de Herculano e Stabia também foram atingidas pela catástrofe. Após o desastre, a cidade foi soterrada e esquecida, até que foi redescoberta por arqueólogos em meados do século 18. As escavações arqueológicas feitas na região revelaram milhares de corpos fossilizados e modelados pelas cinzas.

Estima-se que cerca de 2 mil pessoas que moravam na região da Pompeia morreram. No entanto, nem todos os habitantes da cidade morreram, alguns conseguiram escapar. Mas o que será que aconteceu com essas pessoas? Para onde elas foram já que suas casas foram dizimadas? De acordo com um novo estudo, acredita-se que os sobreviventes tenham se refugiado em cidades próximas, ao longo da costa sul da Itália.

O destino

Levando em consideração aquela época, era de se imaginar que as pessoas que conseguiram se salvar não tenham se dispersado para longe. O estudo que será publicado na revista Analecta Romana aponta que a maioria deles permaneceram na região, se refugiando nas comunidades de Cumae, Nápoles, Ostia e Puteoli.

Steven Tuck é professor e diretor de clássicos da Universidade de Miami em Oxford, Ohio, e é o pesquisador responsável pelo estudo. Segundo ele, identificar os destinos dos refugiados não foi uma tarefa simples, tendo em vista que os registros históricos são escassos e dispersos. Mas para isso, ele desenvolveu vários critérios para pesquisar esses registros, que continham documentos, inscrições e artefatos.

O ponto de partida para a pesquisa de Tuck, foi a criação de um banco de dados de nomes de famílias que eram distintas de Pompéia e Herculano e procurou se esses nomes apareceram em outros lugares depois do acontecimento. Além disso, ele também buscou por evidências culturais únicas das cidades atingidas, como a adoração religiosa de Vulcano, o deus do fogo, ou Pompeínas, a divindade patronal de Pompeia, que apareceu depois nas cidades vizinhas.

Os Sobreviventes

Cerca de 15.000 a 20.000 pessoas moravam em Pompeia e Herculano, e a maioria sobreviveu. Os projetos de infraestrutura pública que apareceram naquela época, também forneceram pistas sobre o reassentamento, já que provavelmente foram feitos para abrigar os refugiados.

Cornelius Fuscus foi um dos sobreviventes, o homem morreu no que os romanos chamavam de Ásia (atualmente, Romênia) em uma missão militar. “Eles colocaram uma inscrição para ele lá”, contou Tuck ao Live Science. “Eles disseram que ele era da colônia de Pompeia, então ele morava em Nápoles e depois se juntou ao exército”. Além desse homem, Tuck também encontrou documentos históricos sobre a família Sulpício da Pompeia, que revelaram um assentamento em Cumae.

“Fora dos muros de Pompeia, os arqueólogos descobriram uma caixa forte (semelhante a um cofre) cheia de seus registros financeiros”, disse ele. “Estava ao lado da estrada, coberto por cinzas . Então, claramente, alguém tinha pegado este grande cofre quando fugiram, mas depois de cerca de um quilômetro e meio da cidade, largou-o”.

De acordo com as informações encontradas dentro da caixa, sugerem que os membros da família Sulpício escolheram se mudar para Cumae por já terem negócios na cidade.

No entanto, as análises dos nomes das famílias podem levá-lo apenas até alguns destinos. “Meu estudo realmente reduz drasticamente o número de romanos que saíram”, disse Tuck, já que muitos estrangeiros, imigrantes e escravos não registravam nomes de família, o que dificultava o rastreamento.

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