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Parasitas do mundo têm que ser salvos antes de acabar para sempre, alertam cientistas

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A cada ano que passa, mais animais entram em extinção. Infelizmente, diversas espécies já deixaram de existir no nosso planeta. Com isso, estudiosos e ambientalistas alertam as pessoas diariamente sobre esses riscos, pois é impossível negar que o ser humano seja o principal responsável por essa situação.

Vários são os animais que precisam de ajudar para não serem extintos. Mas uma equipe de cientistas está alertando para que as pessoas também não se esqueçam de um grupo que é particularmente desagradável, mas que também precisa dessa ajuda que são os parasitas.

De acordo com a equipe, os parasitas não são apenas sugadores de sangue. Eles também têm papéis ecológicos bem importantes. Eles influenciam a sobrevivência e reprodução de várias espécies hospedeiras. Além de formarem elos vitais nas cadeias alimentares. Um exemplo disso, eles aumentam a matança das aves predatórias de peixes mexendo com o cérebro dos peixes e os deixando mais vulneráveis aos pássaros. E infelizmente, várias dessas interações são desconhecidas.

“Os parasitas são um grupo incrivelmente diverso de espécies, mas como sociedade, não reconhecemos essa diversidade biológica como valiosa. O objetivo deste artigo é enfatizar que estamos perdendo parasitas e as funções que eles desempenham sem nem mesmo reconhecê-lo”, disse o ecologista Chelsea Wood, da Universidade de Washington.

Pesquisa

O artigo compõe a edição inteira da revista “Biological Conservation” que foi dedicada à conservação de parasitas. Nela, tem um artigo sobre como os esforço para salvar espécies hospedeiras parasitárias ainda ameaçam os parasitas por conta das diferenças no cativeiro.

O foco do trabalho da equipe de Wood é como criar um plano global de conservação dos parasitas. “Encontrados em toda a árvore da vida e em todos os ecossistemas, os parasitas são alguns dos animais mais diversificados e ecologicamente importantes da Terra. Mas em quase todos os casos, os menos protegidos pelos esforços de conservação da vida selvagem ou do ecossistema”, explicam os autores.

“Nosso grupo de trabalho identificou 12 metas para a próxima década que poderiam promover a conservação da biodiversidade de parasitas. Por meio de uma ambiciosa mistura de pesquisa, defesa e gestão”, continuam.

Pode parecer um pouco estranho investir tanto em parasitas quando não se sabe ao certo como estão todos os animais em que eles vivem. E em um momento onde todos os tipos de espécies estão enfrentando ameaças de extinção.

Mas a equipe explica que os animais carismáticos tem a maior parte do financiamento quando o assunto é conservação. E somente cerca de 10% dos parasitas os habitam e isso é um problema.

“Se as espécies não têm nome, não podemos salvá-las. Aceitamos isso há décadas sobre a maioria dos animais e plantas. Mas os cientistas descobriram apenas uma fração de uma porcentagem de todos os parasitas do planeta. Essas são as últimas fronteiras: o mar profundo, o espaço profundo e o mundo que vive dentro de todas as espécies da Terra”, disse Colin Carlson, co-autor e biólogo da Universidade de Georgetown.

Objetivos

A equipe formada por pesquisadores dos EUA, Espanha e Austrália identificou 12 objetivos para que na próxima década possamos ajudar a manter os parasitas por muitas gerações. Eles foram divididos em quatro grandes grupos. Que são: coleta e síntese de dados, avaliação e priorização de riscos, práticas de conservação e extensão e educação.

“No espírito desse desafio, propomos um objetivo ambicioso final: descrever metade da diversidade de parasitas na Terra. Alguns alvos serão difíceis de estimar. E as estimativas iniciais terão amplos intervalos de confiança. Especialmente para grupos como parasitas de hospedeiros invertebrados que estão sub-descritos e sub-representados nos dados de biodiversidade. Mesmo assim, usando sistematicamente os métodos disponíveis para definir as metas iniciais de descrição de 50% melhorarão muito nosso entendimento da biodiversidade global de parasitas”, escreveu a equipe.

“No entanto, acreditamos que todas as evidências científicas disponíveis sugerem que negligenciar o mundo oculto dos parasitas apenas limita nossa eficácia no combate a essas outras batalhas. E levará a mais e piores resultados inesperados”, concluíram.

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