Ciência e Tecnologia

Pela primeira vez, vazamento de metano é detectado no fundo do mar da Antártida

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Há nove anos atrás, em 2011, um grupo de mergulhadores que estava no mar de Rossa, na Nova Zelândia, encontrou vazando do solo. Depois disso, em 2016, o fenômeno foi comprovado como um tipo de vazamento e passou a ser investigado. Mas, somente em 2020, finalmente descobrimos do que se tratava. De acordo com os pesquisadores, pela primeira vez, vazamento de metano foi detectado no fundo do mar da Antártida.

Segundo os pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, um vazamento de metano acontece quando o metano escapa de um reservatório subterrâneo e segue para o oceano. Dessa forma, isso ocorre quando a substância se encontra em sua forma gasosa. Essa pesquisa foi publicada na publicada no Proceedings of the Royal Society B.

Esse tipo de infiltração nunca havia sido encontrada na Antártida

De acordo com a pesquisa, o evento é um resultado das mudanças climáticas. “O metano é o segundo gás mais eficaz no aquecimento de nossa atmosfera e a Antártida tem grandes reservatórios que provavelmente serão liberados à medida que as camadas de gelo diminuírem devido às mudanças climáticas”, afirma Andrew Thurber, líder da pesquisa.

Por outro lado, mesmo que a causa do evento tenha relação com às mudanças climáticas, ele não necessariamente está relacionado ao aquecimento global. Por isso, o estudo ainda não “solucionou” o problema e mais investigações sobre o caso são necessárias. Até porque, ainda falta muito para efetivamente entendermos o ciclo do metano. “Esta é uma descoberta significativa que pode ajudar a preencher um grande buraco em nossa compreensão do ciclo do metano”, afirma Thurber.

Ainda segundo o estudo, os cientistas puderam nota a carência de microrganismos essenciais para a manutenção desse ecossistema. Nesse sentido, esse poderia ser um sinal de que parte do gás que está sendo liberado na atmosfera. Com isso, além de possivelmente ser um resultado do aquecimento global, o fenômeno também poderia estar agravando o seu processo. Em outras palavras, esse é um dos agravantes das mudanças climáticas na região.

Esse fenômeno pode ser resultado do aquecimento global

Contribuindo para o aquecimento global, a presença do gás metano na Antártica apresenta um grande risco para as geleiras da região. Desse modo, apenas a presença desses gases faz com que temperaturas mais elevadas sejam mais comuns. Para Thurber, esta é uma oportunidade única de entender como os ecossistemas se constituem no continente gelado. “Para aumentar o mistério das infiltrações na Antártida, os microrganismos que encontramos foram os que menos esperávamos ver neste local”, afirma Thurber. Dito isso, pode ser que exista um padrão de sucessão para micróbios. Ou seja, primeiro, alguns grupos chegam, mas os que chegam depois se tornam mais eficazes em consumir metano.

Esses organismos “podem ter um impacto não realizado na emissão de gases de efeito estufa a partir de reservatórios de metano marinho”, afirma Thurber. “Nossos resultados sugerem que a precisão dos futuros modelos climáticos globais pode ser melhorada”, continua. Mas, para isso, é preciso considerar “o tempo que as comunidades microbianas levarão para responder a novos insumos de metano”, completa. Em outras palavras, isso significa que o problema pode ser solucionado com a ajuda desses microrganismos. Para isso, novas pesquisas se tornam ainda mais importantes.

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