Natureza

Pirita: o “ouro de tolo” pode ser mais valioso do que parece

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Também chamada de ouro de tolo, a pirita é um cristal brilhante de cor dourada, frequentemente utilizada para simbolizar abundância, confiança e proteção.

Seu nome deriva da palavra grega “pyr”, que significa fogo. Devido à sua tonalidade, a pedra às vezes é confundida com o renomado metal precioso, muitas vezes com ouro.

No entanto, uma descoberta recente pode revelar algo surpreendente: a pirita pode ter um valor ainda maior do que se pensava anteriormente.

Valor da pirita

Via Clube da Química

Uma análise conduzida com uma amostra de pirita nos Estados Unidos revelou a presença significativa do elemento químico lítio, crucial para a produção de baterias.

De acordo com declarações de Shailee Bhattacharya, uma geoquímica sedimentar que colabora com o professor Shikha Sharma no Laboratório IsoBioGeM da Universidade da Virgínia Ocidental, esta é a primeira vez que a pirita é associada ao lítio. O estudo se baseou em 15 amostras de rochas coletadas na bacia dos Apalaches, nos Estados Unidos.

As análises revelaram uma quantidade surpreendente de lítio nos minerais de pirita. Eles estão investigando como o lítio e a pirita podem estar inter-relacionados.

Contudo, as descobertas dos pesquisadores já seguiram para a Assembleia Geral da União Europeia de Geociências (EGU).

Impactos da descoberta

A presença de lítio na pirita pode abrir caminho para uma nova forma de exploração desse elemento, proveniente de uma fonte alternativa.

Afinal, descobriu-se que os minerais de pirita encontrados no xisto podem ser uma fonte viável de lítio, o que poderia impulsionar a produção de baterias.

No entanto, é importante não celebrar antes da hora. Isso porque os pesquisadores ainda precisam investigar se essa descoberta é exclusiva da região estudada ou se é uma característica geral das piritas.

Mesmo assim, as perspectivas são promissoras e podem representar no futuro novas fontes de energia mais sustentáveis.

Atualmente, produz-se cerca de 100 mil toneladas de lítio por ano, conforme  Hannah Ritchie, cientista de dados da Universidade de Oxford, em um texto intitulado “O mundo tem lítio suficiente para a transição para veículos elétricos?”.

A estimativa é de que até 2030 será necessário aumentar essa produção em cinco vezes para atender à demanda.

No entanto, embora os minérios primários de lítio (como pegmatitos, salmouras salares e argilas associadas a vulcões) sejam geralmente bem compreendidos, seria interessante identificar fontes adicionais desse elemento que pudessem ser exploradas de forma segura e econômica.

Utilizar materiais de operações industriais anteriores, como rejeitos de minas ou cascalhos de perfuração, como fonte adicional, seria uma alternativa viável. Isso porque geraria pouco ou nenhum novo resíduo.

Onde encontrar pirita

Via eCycle

A pirita é encontrada em muitas partes do mundo e é relativamente comum em depósitos minerais. Ela ocorre principalmente em ambientes sedimentares, ígneos e metamórficos.

Nos depósitos sedimentares, especialmente em associação com rochas sedimentares como xistos, calcários e arenitos, é possível encontrar as pedras com menores dificuldades.

Isso porque esses depósitos podem se formar em ambientes marinhos ou continentais onde há deposição de sedimentos ricos em matéria orgânica.

Enquanto isso, em algumas ocorrências, a pirita esteve em depósitos ígneos associados a intrusões de rochas magmáticas, como granitos ou dioritos. Nessas situações, a pirita pode se formar durante o resfriamento e solidificação do magma.

Por fim, durante processos metamórficos, a pirita pode se formar como resultado da reação de minerais preexistentes sob condições de pressão e temperaturas elevadas.

Por exemplo, a transformação de minerais como a marcasita ou o ferro em condições metamórficas pode resultar na formação desse ouro de tolo.

Além, é claro, das minas e jazidas de todo o mundo. Países como Espanha, Peru, Estados Unidos, China, Rússia, Brasil e África do Sul são famosos por terem depósitos significativos de pirita.

Por isso, poderão aproveitar os benefícios desse novo valor da pedra, e darem início a uma nova fase de exploração para as baterias de lítio.

 

Fonte: Mega Curioso

Imagens: eCycle, Clube da Química

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