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Poção de mil anos mata bactérias resistentes a antibióticos

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Muitas pessoas com poderes de cura e conhecimentos místicos eram, na verdade, indivíduos que possuíam conhecimentos sobre a natureza e suas propriedades. Bruxas, feiticeiros, magos, curandeiros, evocadores eram os nomes dados para aqueles que sincretizavam ciência e crença. Dentro desses nomes, são as bruxas que mais chamam a atenção historicamente.

A história dessas “ciências mágicas” vem de muito tempo atrás, de pessoas que buscam conhecimentos do “oculto” desde os primórdios da humanidade. Elas purificavam o espírito, expandiam a mente e curavam as feridas, tudo isso usando substâncias da própria natureza.

As bruxas e curandeiros eram os médicos e cientistas dos velhos tempos. Hoje em dia quando pensamos em feitiços e poções nos lembramos de desenhos animados ou dos filmes de Harry Potter. Mas nem sempre a coisa foi do jeito que é hoje. Antigamente as pessoas acreditavam fielmente que os feitiços poderiam ser verdadeiros. Tanto que até os médicos de alguns lugares usavam a magia junto com a medicina.

E em alguns casos eles não estavam tão errados em acreditarem nessa poções. Tanto que, uma fórmula de mil anos de idade que era usada para o tratamento de infecções nos olhos talvez dê um novo caminho para os cientistas na luta contra a resistência aos antibióticos.

A poção tem a cara de bruxaria. Ela leva cebola, vinho, alho e bile bovina. E de acordo com o mostrado em um artigo científico, a fórmula para o “colírio para os olhos de Bald” conseguiu matar várias bactérias. Até mesmo algumas das que são resistentes contra antibióticos.

Método

O artigo foi feito por Freya Harrison e colaboradores da Universidade de Warwick, e ele mostra um método subestimado para alcançar novos bactericidas. Vários antibióticos atuais não funcionam contra algumas cepas de bactérias que evoluíram e ficaram resistentes aos medicamentos. E livros médicos medievais podem ser uma fonte incomum de novos medicamentos.

Isoladamente, os ingredientes do colírio de Bald não conseguiam matar as bactérias. Mas quando eles eram combinados, eles mostravam o seu potencial. Esse colírio foi bastante eficaz contra a bactéria Staphylococcus aureus (MRSA) que pode causar infecções graves e, potencialmente mortais.

Bactérias

O colírio foi testado em cinco cepas de bactérias que podem causar infecções fatais, sendo uma delas já resistentes a antibióticos, em modelos  de infecção nos tecidos moles. Foram testadas Acinetobacter baumanii, que é comum em ferimentos de guerra; Stenotrophomonas maltophilia, causadora de pneumonias; Staphylococcus aureus, que é encontrada em infecções hospitalares pós-cirúrgicas e Staphylococcus epidermidis, que causa celulite infecciosa, amigdalite, escarlatina e febre reumática.

Todas essas bactérias tiveram grau de resistência aos antibióticos comuns. E o colírio medieval conseguiu inibi-las de forma promissora sem prejudicar as células humanas ou as dos camundongos. Isso mostra que ele tem um potencial para ser um tratamento contra infecções.

Causa e efeito

O alho tem alicina que é eficaz contra algumas bactérias. Mas isso não explica a eficácia que a mistura com vinho, cebola e bile bovina tem no combate a bactérias tão variadas.

“Descobrimos que a potente atividade do colírio ocular de Bald não pode ser atribuída a um único ingrediente. E requer a combinação de todos os ingredientes para atingir a atividade total”, escreveram os pesquisadores.

E Freya ressalta a importância da descoberta de um bactericida criado a partir de vários ingredientes. “A maioria dos antibióticos que usamos hoje são derivados de compostos naturais. Mas nosso trabalho destaca a necessidade de explorar não apenas compostos únicos, mas misturas de produtos naturais para o tratamento de infecções”, disse.

“Acreditamos que a descoberta futura de antibióticos a partir de produtos naturais poderia ser aprimorada através do estudo de combinações de ingredientes. Em vez de plantas ou compostos isolados. Nesta primeira instância, achamos que essa combinação poderia sugerir novos tratamentos para feridas infectadas. Como úlceras diabéticas nos pés e pernas”, concluiu.

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