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Pokémon GO ajuda aposentada a enfrentar a depressão

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A depressão é uma doença muito séria e merece muito de nossa atenção. Especialmente, com o rápido crescimento no número de casos em todo o mundo, ao longo dos últimos anos. As causas podem ser diversas e podem envolver uma combinação fatores de origem biológica, psicológica e social.

Infelizmente, mesmo com toda a discussão e campanhas de conscientização sobre a condição, muita gente ainda relativiza a depressão. Sugerindo que a mazela seja uma “bobagem”. Quando, na verdade, milhões de pessoas estão sofrendo e seguem na luta para conseguir se restabelecer frente à doença.

Somente no Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas são afetadas pela depressão. Entre elas, a aposentada Francisnete de Almeida Cardoso, de 60 anos. Ela foi diagnosticada há cerca de um ano. Em decorrência da doença, Francisnete chegou a ficar sem sair de casa. Isso porque a depressão causa uma perda de interesse em atividades, prejudicando significativamente o dia a dia da pessoa.

Graças à dica de um de seus filhos, a aposentada, atualmente, tem vivido uma outra realidade. Durante uma das crises, que ela estava enfrentando, o jovem sugeriu que ela baixasse um jogo, que estava fazendo muito sucesso, o Pokémon Go.

Desde que ela baixou o aplicativo e se envolveu com o mundo de fantasia, desenvolvido pela Niantic, Inc. e a Nintendo, Francisnete encontrou forças para enfrentar a depressão.

“Foi um divisor de águas. Depois que comecei a jogar, voltei a sorrir”, disse ela. O Pokémon Go me distrai muito. Quando estava muito agoniada em casa, para não ficar tomando remédios e nem recorrendo o tempo todo ao psiquiatra, fui me apoiando nos Pokémon. Agora, consigo me entender e entender mais sobre doença”, contou ela.

O início

A depressão surgiu na vida da aposentada, residente em Boa Vista, no estado de Roraima, em agosto de 2018. Isso, depois que ela foi diagnosticada com um tumor benigno no cérebro, conhecido como adenoma. Devido ao fato, Francisnete precisou realizar diversas consultas médicas, as quais era acompanhada de seu filho mais novo, de 24 anos. O que acabou atrasando a formatura de faculdade do jovem.

Naquela época, ela se sentia muito culpada pelo o que estava acontecendo na vida dela e de seus familiares. Dessa forma, um quadro de depressão se instalou, fazendo com que ela precisasse de acompanhamento e tratamento psiquiátrico.

“Um dia estava voltando do shopping com o meu filho e comecei a chorar. Então, ele instalou o Pokémon Go no meu celular na tentativa de me animar. Eu não tinha noção do que era. Quando começou a aparecer os ‘desenhos bonitinhos’, comecei a gostar e pronto, a ‘velha’ viciou”, brinca a aposentada.

Atualmente, ela já não toma alguns dos remédios que tomava anteriormente. Entretanto, Francisnete segue sendo acompanhada por um especialista. De acordo com ela, o Pokémon Go possui grande responsabilidade em sua melhora.

Um novo começo

“Minha mãe não sorria mais. Era estranho para nós que somos filhos e conhecíamos a alegria que ela sempre teve. Ela não tinha vontade de tomar banho, tinha vezes em que nem tomava tomar café”, contou Sweney de Lira Cardoso, de 29 anos, filha da aposentada. “Depois de começar no Pokémon Go ela melhorou muito. Pra muita gente é só um jogo, mas foi o que devolveu alegria à minha mãe”.

A psiquiatra Raquel Pereira avalia que, depois que Francisnete ampliou seu campo de interesse, deixando as questões ligadas à faculdade do filho e de seu cérebro um pouco fora do foco, as melhorias ocorreram.

“Quanto mais restrita é a nossa vida de interesses e atividades, maior é a chance de adoecer a partir do momento que alguma coisa não vai bem. O ideal é ampliar o campo de interesses, ter hobbys, trabalho, relacionamentos pessoais, prática de atividades físicas, etc”, explicou Pereira. Entretanto, a psiquiatra ressalta que é importante fazer tudo com moderação, para que, assim, evitemos dependência e outros tipos de transtornos.

Francisnete é uma jogadora dedicada. E, ela está prestes a se tornar uma mestre Pokémon. Enquanto realiza o tratamento para o tumor em seu cérebro, a depressão e as demais atividades de seu cotidiano, a aposentada ainda encontra um tempo para pensar nas estratégias para se desenvolver dentro do jogo.

E ela não está sozinha. “Eu tenho 60 anos, mas brinco no meio de um garotada que poderia ser meus netos e não dá confusão. O jogo me ajudou muito, é divertimento, e estou sempre jogando com eles”, disse Francisnete. “Até um enfermeira joga por minha causa. Meu médico acha o máximo”.

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