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Por que Bill Gates diz que a solução para exterminar a fome na África são as galinhas?

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De acordo com alguns número estimados pela Organização das Nações Unidas, cerca de 41% da população que vive na África Subsaariana, ou seja, na parte do continente localizada ao sul do Deserto do Saara, vive em condições precárias abaixo do nível de pobreza.

Os números são terríveis e demonstram uma situação que precisava ser combatida de diversas formas. Para isso, o apoio de pessoas e organizações de relevância ao redor do mundo se torna essencial, e Bill Gates sabe disso.

O dono da Microsoft é um dos homens mais ricos do mundo e decidiu lançar uma campanha curiosa para ajudar as famílias que vivem em situação de miséria nessa região do mundo. A ideia de Gates se baseia na doação de galinhas na região.

Pode parecer estranho, mas o bilionário explicou como sua ideia pode funcionar.

De acordo com Bill Gates, a criação e venda de frangos na região poderia ser uma forma eficaz no combate contra a situação de pobreza. Assim, o empresário se comprometeu a doar ao menos 100 mil galinhas para a população local.

No lançamento oficial da campanha, em Nova York, Bill Gates explicou que as “galinhas estão se reproduzindo de maneira contínua, então não há investimento que tenha uma porcentagem de retorno maior do que ser capaz de criar essas galinhas.”

A estimativa de um dos homens mais ricos do mundo aponta que um fazendeiro com apenas cinco galinhas poderia conseguir mais de US$ 1 mil por ano (cerca de R$ 3,4 mil). Pode parecer pouco, mas, segundo a ONU, a linha da pobreza considera que ganha ainda menos que isso (US$ 700, ou cerca de R$ 2.382 por ano).

Apesar dos cálculos apontarem uma estimativa de melhora no local, o editor de negócios da BBC África, Matthew Davies, acha importante considerar alguns questionamentos no projeto.

Isso porque a criação e o aumento da população de galinhas também gera necessidade de alimento para os animais, além de ambiente propício para o desenvolvimento desse alimento e dos próprios animais.

Outros problemas apontam o efeito direto da inserção dos novos frangos no mercado. Com mais animais disponíveis na região, a lei da oferta e da procura sugere que o preço do frango deve cair na região. Além disso, o mercado internacional (incluindo Estados Unidos, União Europeia e Brasil) costuma vender frangos para importadores africanos com preços menores do que os encontrados localmente, o que contribui para a falência dos empresários do ramo.

Mesmo destacando os pontos negativos, Davies considera a aposta de Bill Gates válida e não descarta a ideia. “Cínicos e pessimistas vão sempre criticar, mas ao menos quando se trata de ajudar a combater a pobreza na África, não dá para dizer que Bill Gates não faz nada”, comentou em entrevista à BBC.

Essa não foi a primeira vez que Bill Gates investiu em causas humanitárias. Na verdade, o multibilionário tem deixado de comparecer na própria empresa que fundou para promover campanhas ao redor do mundo.

Além da doação de galinhas para os africanos, Gates já investiu em vários projetos de pesquisa sobre Aids, ebola, tuberculose e outras doenças, apoia propostas de tecnologia para fornecer água limpa em áreas pobres e doou US$ 36 bilhões para projetos de saúde, desenvolvimento e educação, por meio da Fundação Bill and Melinda Gates.

O que achou da ideia? Como disse o editor da BBC, não dá pra dizer que ele não está tentando.

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