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Por que essa pintura com um cordeiro do século XV, está assustando as pessoas?

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“A Adoração do Cordeiro Místico”, obra-prima do século XV, pelos irmãos Jan e Hubert van Eyck, finalmente, foi restaurada. Em contrapartida, as pessoas estão um pouco assustadas, com o resultado. E o que deixou os espectadores surpresos? Aparentemente, o rosto estranhamente humanoide do cordeiro, que é a figura titular da obra.

Apresentado nesta terça-feira, 19, na Bélgica, parte de seu aspecto original revelou “muito mais expressivo e intenso”, segundo a equipe encarregada da restauração da obra-prima da pintura flamenga.

A restauração

Uma das etapas importantes do vasto trabalho de renovação foi empreendido pelo Instituto Real do Patrimônio Artístico (IRPA), sobre o célebre retábulo da Abadia de São Bavão de Gante, no noroeste da Bélgica. O trabalho, realizado no museu municipal de Belas Artes da Bélgica, se concentrou em retirar parte central da obra, incluindo a cabeça do cordeiro. O resultado desta etapa, apresentado recentemente à imprensa, revelou uma surpresa espetacular.

“A cabeça é muito diferente da que se conhecia desde o século XVI. Trata-se de um cordeiro muito mais intenso, mais expressivo, que tem um contato mais direto com o público, com grandes olhos”, explicou Hélène Dubois, chefe de projeto para o IRPA. “Ignorava-se até que ponto este retábulo havia sido coberto, por outras pinturas no século XVI, e redescobrimos a arte original dos Van Eyck”, afirmou a especialista.

A obra de arte dos irmãos Hubert e Jean Van Eyck, inspirada em diversos episódios bíblicos, concluída em 1432, está inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco.

O cordeiro

Aparentemente, o rosto humanoide do cordeiro ocasionou um choque nos restauradores e em pesquisadores da área. Dê uma olhada na foto da pintura que retrata o antes e o depois da restauração para entender melhor.

O cordeiro simboliza Jesus. O animal carrega uma ferida no peito, semelhante a de Jesus, durante sua crucificação. Além disso, a representação religiosa, também vangloria o cálice, cercado por multidões de anjos.

Após o processo de restauração, o rosto original do cordeiro revelou-se perfeitamente estoico, já que seus olhos, humanos, se direcionam para fora do quadro, em direção ao espectador. Agora, sabe-se que todos os detalhes pertencem a essência dos irmãos van Eyck. Afinal, antes o rosto do cordeiro foi pintado por outros dois artistas, em um antigo processo de restauração. Este, estima-se que foi realizado em 1550.

Para os críticos modernos, os olhos humanos do cordeiro são, nesse ínterim, estranhos e excessivamente conflituosos. Tal opinião, antes, não pode ser observada, pois os antigos restauradores deram ao animal uma feição mais natural. A recente restauração da visão original dos irmãos van Eyck atraiu muitos observadores. Além disso, a conclusão do processo deixou os responsáveis ​​pelo projeto extremamente satisfeitos.

“Quando vi o cordeiro original, pela primeira vez, tive que recuperar o fôlego”, disse Dubois, ao jornal flamengo De Standaard. “Nesse ínterim, posso afirmar: é uma beleza chocante”.

O painel com o cordeiro se juntará a vários outros do retábulo de Ghent, em exibição na Catedral de St. Bavo, em fevereiro. Vale lembrar que a “Adoração do Cordeiro Místico”, obra de arte da pintura primitiva flamenga (1432), é uma das mais conhecidas no mundo depois da Mona Lisa.

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