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Por que Juan Carlos I deixou a Espanha, país que reinou por quase 40 anos?

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Juan Carlos I, ex-rei da Espanha, passou os 10 primeiros anos dez anos de sua vida bem longe do país. Agora, ao que tudo indica, ele também passará os últimos dias longe do país. Isso porque, Juan Carlos I deixou a Espanha, país que reinou por quase 40 anos por conta de uma série de escândalos. Até o momento, não sabemos muito do destino final do rei emérito ou sua localização. Mas, de toda forma, veículos da imprensa espanhola já afirmam que o ex-chefe de Estado saiu do país.

Durante seu reinado, Juan Carlos I afirmou que “sempre quis o melhor para a Espanha e para a Coroa“. Contudo, por conta de investigações fiscais da Suíça e Espanha, o rei emérito já não se encontra no país. “Faz um ano que expressei minha vontade e desejo de deixar de desenvolver atividades institucionais. Agora, guiado pelo convencimento de prestar o melhor serviço aos espanhóis, a suas instituições e a ti como rei, te comunico minha pensada decisão de me mudar neste momento para fora da Espanha”, afirma ele, em uma carta escrita para seu filho, o rei Felipe 6º.

Ele está sendo investigado por autoridades da Suíça e Espanha

Ainda segundo a carta escrita Juan Carlos 1º, podemos entender melhor porque a decisão foi tomada. “Com o mesmo afã de serviço a Espanha que inspirou meu reinado e diante da repercussão pública que estão gerando certos acontecimentos da minha vida privada, desejo manifestar a ti minha mais absoluta disponibilidade para contribuir e facilitar o exercício de tuas funções, desde a tranquilidade e sossego que requer tua alta responsabilidade”, afirma o ex-rei, que abdicou do cargo em 2014.

Em outras palavras, acredita-se que esses “acontecimentos” ditos na carta se referem a uma investigação que cercava seu reinado. Dessa forma, autoridades fiscais da Suíça e da Espanha poderiam ter descoberto um suposto caso de lavagem de dinheiro e fraude fiscal. Por isso, ao ter suas contas no exterior descobertas, Juan Carlos 1º teria fugido antes de ser pego.

Um esquema milionário foi descoberto

Em 2018, o caso veio à tona por meio de uma gravação de Corinna zu Sayn-Wittgenstein, uma mulher que se dizia amante de Juan Carlos I. Na gravação, Juan Carlos havia solicitado uma comissão para interceder sobre um dinheiro que ele teria no exterior. Esse dinheiro teria sido resultado de uma construção milionária envolvendo as cidades de Medina e Meca, na Arábia Saudita, em 2008.

No esquema do “trem bilionário”, o trem teria custado US$ 7,8 bilhões. Entretanto, há uma transferência suspeita de US$ 100 milhões que foi feita em favor de Juan Carlos I, em 2008. “Entre 2008 e 2012, com o amparo de uma sociedade panamenha e como único beneficiário, o rei emérito confiou em total discrição US$ 100 milhões ao Banco Mirabaud”, afirmava uma reportagem do jornal suíço Tribune de Genève. Além disso, “em 2012, Juan Carlos transferiu o que restava de dinheiro, uns US$ 76 milhões para sua antiga amante”, completou. Depois de todas essas informações surgirem, uma investigação das autoridades suíças e outros de fiscais espanhóis foi iniciada.

Hoje, aos 82 anos e com a saúde frágil, o destino de Juan Carlos I ainda é incerto. Ele pode buscar refúgio em países como Itália, França, Alemanha, Portugal ou Reino Unido. Contudo, também é bastante provável que ele vá para um país latino-americano.

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