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Por que o criador da realidade virtual tem pavor das redes sociais?

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Muitos avanços tecnológicos já aconteceram nos últimos dez anos e isso, aparentemente, tende a acontecer cada vez mais rápido. Trazendo, para diversas áreas, inúmeros benefícios. A realidade virtual é um desses avanços. Ela dominou o grande universo do entretenimento.

Essa é uma tecnologia de interface avançada entre pessoas e um sistema operacional. Tem como objetivo recriar o máximo de sensação de realidade para um indivíduo. A interação é feita em tempo real, com o uso de técnicas e de equipamentos computacionais, que ajudem na ampliação do sentimento de presença do usuário.

Jaron Lanier é um visionário, que ajudou criar o futuro digital. E foi ele quem cunhou o termo realidade virtual, nos anos 1980. Por mais que o visual do homem passasse uma ideia, ele nunca fez uso de drogas.

Ele é autor também de vários livros sobre o impacto da tecnologia nos indivíduos e no comportamento coletivo. O último lançamento dele foi o livro The Dawn of the New Eveything, que traduzido é “O despertar de todas as novas coisas”.

O título é uma alusão ao momento em que o autor colocou, pela primeira vez, um desses óculos, que nos levam ao mundo da realidade virtual. Ele descreve o momento como transformador e “abertura de um novo plano de experiência”.

Não uso

Lanier foi um dos primeiros a desenvolver produtos voltados à realidade virtual, no fim dos anos 1980 e começo dos 1990. Mas mesmo tendo uma grande importância e sendo um dos protagonistas do Vale do Silício, ele é um crítico dos valores propagados por grandes empresas como Facebook e Google. Além disso, ele também evita as redes sociais.

“Evito as redes pela mesma razão que evito as drogas – sinto que podem me fazer mal,” diz.

O homem tem uma preocupação com o efeito psicológico do Facebook nas pessoas jovens. Principalmente, na formação da personalidade dos adolescentes e na construção dos relacionamentos.

“As pessoas mais velhas, que já têm vários amigos e perderam contato com eles, podem usar o Facebook para se reconectar com uma vida já vivida. Mas se você é um adolescente e está construindo relacionamentos pelo Facebook, você precisa fazer a sua vida funcionar de acordo com as categorias que o Facebook impõe. Você precisa estar num relacionamento ou solteiro, tem que clicar numa das alternativas apresentadas”, explica.

“Isso de se conformar a um modelo digital limita as pessoas. Limita sua habilidade de se inventar, de criar categorias que melhor se ajustem a você mesmo”, continua.

Além disso, ele também de criticar a maneira como o Facebook, Google, Twitter usam os dados de seus usuários.

“Existem dois tipos de informações: dados a que todas as pessoas têm acesso e dados a que as pessoas não têm acesso. O segundo tipo é que é valioso, porque esses dados são usados para vender acesso a você. Vão para terceiros, para propaganda. E o problema é que você não sabe das suas próprias informações mais”, ressalta.

Mundo alternativo

Na década de 1980, foi quando Lanier entrou em contato, pela primeira vez, em contato com a ideia de realidade virtual. E logo do primeiro momento, ele reconheceu que a realidade virtual teria duas caras. Uma com um potencial para o belo e outra para o vulnerável ou horripilante.

O livro dele conta a história do surgimento da realidade virtual. Mas também é uma autobiografia do homem, que teve seus primeiros anos de vida fora do comum.

Realidade virtual

Para Lanier, “a maior virtude da realidade virtual é que, quando você regressa, de repente, percebe a realidade com frescor, como se fosse nova”.

“Em vez de conceber a realidade virtual como um lugar a que se vai, para deixar algo para trás, a mim parece que ela está subordinada à realidade”, ressaltou.

A empresa de realidade virtual de Lanier existiu por apenas cinco anos. Mas o seu legado é visto cada vez em mais áreas. Pelo seu custo, ela ainda não se desenvolveu de uma forma massiva, mas fabricantes de automóveis, médicos e militares usam essa tecnologia. Mas para Lanier, a realidade virtual está presa no passado e não se desenvolveu plenamente.

“O que a maioria tem visto é uma versão de videogame ou um filme (com tecnologia de realidade virtual). Isso é típico de novos meios. No início, o cinema se parecia com uma peça de teatro. A realidade virtual ainda não teve a oportunidade de se libertar e ser o que é”, disse.

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