Ciência e Tecnologia

Por que só uma pessoa com HIV foi curada até hoje?

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Certamente você já ouviu falar sobre o HIV. Embora atualmente exista muita informação a respeito, incluindo métodos para prevenção, ainda existem muitas dúvidas sobre a doença em nossa sociedade. O vírus da imunodeficiência humana pode ser encontrado no líquido pré-ejaculatório, sêmen, líquido lubrificante vaginal, leite materno e até mesmo no sangue da pessoa infectada. É exatamente por isso que manter relações sexuais sem proteção pode ser tão perigoso.

Os sintomas podem ser muito parecidos com os de uma gripe, fazendo com que o doente demore perceber do que realmente se trata. Pode vir acompanhada de cansaço e mal estar, enfraquecendo o sistema imunológico. Dessa forma, a pessoa se torna muitas vezes mais propensa a desenvolver outras doenças, visto que o organismo não consegue se defender de forma eficiente. Mas por que a doença ainda não tem cura? Alguém já foi capaz de se livrar dela?

Timothy Ray Brown, o único homem que conseguir ser curado do HIV

No ano de 1995, Brown foi diagnosticado com o vírus HIV. Na época a medicina ainda não tinha muitos recursos para ajudar pessoas com a doença. Assim como muitos, ele chegou a pensar que não sobreviveria. Mais tarde, no ano de 2006, descobriu que também tinha desenvolvido leucemia (câncer no sangue). Este, que poderia ter sido seu decreto de morte, foi na verdade sua salvação. Ele passou a receber tratamentos e enfrentou um transplante de células-tronco, afim de amenizar a situação.

O rapaz que é norte-americano, mas vive em Berlim há algum tempo, recebeu as células de um doador alemão que possuía uma mutação genética bastante rara, conhecida como CCR5-delta 32. E de forma realmente impressionante, isso fez com que Brown não apenas se curasse da leucemia, mas também desenvolvesse resistência ao vírus HIV. Após o acontecido, ele ganhou o apelido de “o paciente de Berlim“.

O médico responsável pela cura do paciente foi Gero Huetter, um hematologista que cuidava do caso na Universidade de Medicina de Berlim. Segundo ele, o HIV precisa utilizar as células do sistema imunológico para conseguir se replicar. Caso não consiga utilizá-las, simplesmente não sobrevive. Foi então que desenvolveu uma teoria que se mostrou bastante eficiente. Percebeu que se todas as células do sistema imunológico de uma pessoa soropositivo fossem trocadas por células imunes ao HIV, chances reais de cura seriam possíveis. Embora o processo não seja aplicável a todos os pacientes, tornou possível uma melhor compreensão acerca da doença.

O HIV pode ter cura?

A biomedicina avança de forma bastante rápida, mas o vírus HIV em si é extremamente complexo de lidar. Atualmente, existem os antirretrovirais que auxiliam no tratamento e fazem com que o HIV seja manejável. No entanto, erradicá-lo definitivamente do organismo ainda é algo praticamente impossível. Desde os anos de 1980 os pesquisadores acreditam que a alteração do material genético do corpo afetado possa traçar uma nova rota em direção à cura da doença… No entanto, ainda não temos uma solução de fato.

De acordo com Scott Kitchen, líder de um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles: “O HIV danifica a resposta imune celular – é isso que o torna tão eficaz. Portanto, para eliminá-lo efetivamente, precisamos de uma resposta imune efetiva. Estamos fornecendo isso“. Até então é possível perceber que há muito otimismo acerca da utilização da terapia de gene. Isso pode realmente tornar o organismo de um soropositivo imune ao HIV.

No entanto, ainda é preciso estudar sobre a aplicabilidade do método. Kitchen ainda acrescenta: “Brown foi apenas um caso extraordinário. […] Ele passou por dois transplantes de medula óssea. Isso normalmente mataria uma pessoa. E ainda não sabemos exatamente como isso funcionou“. Vale mencionar que o transplante de medula óssea em soropositivos tem a taxa de mortalidade em 25%. Como se não bastasse, aos custos ainda são extremamente elevados. Também é muito difícil encontrar um doador compatível com o paciente, e que também tenha mutação no gene CCR5.

Por outro lado, os investimentos em pesquisas estão sendo melhor aplicados. Cientistas trabalham incansavelmente na busca por uma solução efetiva. Felizmente, depois de tanto trabalho e anos sem cura, médicos estimam que até o ano de 2020 já tenhamos uma cura completa para o HIV.

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